Único representante do Grande ABC na Seleção Brasileira Masculina de Handebol, Diogo Hubner, que joga em São Caetano, mas passou a maior parte da carreira na Metodista/São Bernardo, disse que deixou o Rio de Janeiro satisfeito com a inédita classificação às quartas de final da Olimpíada, porém com a sensação de que o time podia ter ido mais longe.

“Quando chegamos ao Rio de Janeiro ninguém acreditava em nós. Fizemos grandes jogos, mas, por combinação de resultados, acabamos pegando a França nas quartas, que era justamente o que não queríamos. Não deu para avançar, mas foi histórico”, destacou Diogo.

Um dos grandes responsáveis pela evolução do handebol masculino no Brasil – a equipe jamais havia vencido adversário europeu em Olimpíada e no Rio de Janeiro derrotou as poderosas Polônia e Alemanha –, o técnico espanhol Jordi Ribera deixou a Seleção ontem. Ele aceitou o desafio de comandar a Espanha e ainda assumir cargo na federação do país.

Para Diogo, a perda é irreparável. “Sou muito fã do Jordi. Um cara que revolucionou o handebol masculino, criou acampamentos para observar e revelar jogadores nas categorias de base. Muito deste time que estava no Rio de Janeiro foi lapidado por ele. Vamos ver quem vai assumir, mas sinceramente, no mundo, não vejo outras pessoas que possam fazer tão bem o trabalho que o Jordi estava realizando”, lamentou.

Os acampamentos citados por Diogo foram fundamentais para o Brasil. O técnico selecionava promessas em diversas cidades e depois montava Seleções de base permanentes. Por conta da falta de repasse do Ministério do Esporte, o projeto foi suspenso há dois anos e não tem previsão para retornar.

Sobre a Liga Nacional, Diogo espera fortalecimento nas próximas temporadas para que os brasileiros não precisem ir para a Europa se aprimorar. “Me parece que a próxima Liga Nacional terá uma fase regional antes, envolvendo clubes de várias regiões do País. Acho que esse é o caminho para difundir a modalidade”, finalizou o armador de 33 anos.