Economia Titulo
Empresas já sao o maior negócio para os detetives
Valmir Zambrano
Da Redaçao
12/06/1999 | 17:32
Compartilhar notícia


Descobrir fraudes dentro de empresas é hoje o principal filao de trabalho para detetives particulares. Há poucos anos, o trabalho desses profissionais era quase exclusivamente na área conjugal. Ainda hoje, flagrar deslizes do cônjuge é algo bastante requisitado para os detetives, mas com a crescente preocupaçao das corporaçoes com seu patrimônio econômico e intelectual a contra-espionagem corporativa ganhou terreno.

De acordo com Carlos Alberto Alves Sant`Anna, presidente do Sindesp (Sindicato dos Detetives Particulares, Escritórios, Agências de Investigaçoes Particulares e Similares do Estado de Sao Paulo), cerca de 30% das solicitaçoes de clientes hoje vêm do mundo empresarial. Casos conjugais perfazem quase o mesmo percentual e, de dois anos para cá, uma nova área está sendo descoberta pelos detetives: investigaçoes pagas por pais para descobrir o envolvimento de filhos com drogas (leia matéria abaixo).

No ramo corporativo, diz Sant`Anna, desfalque, falsificaçao, chantagem, sabotagem e outros crimes contra empresas sao muito comuns. Para o presidente do sindicato, esses problemas poderiam ser contornados se os empresários brasileiros tivessem menos resistência ao trabalho desses profissionais, que odeiam os apelidos vindos sobretudo da televisao (leia matéria abaixo).

"Nossos melhores clientes sao as empresas estrangeiras, que já têm uma cultura familiarizada com a importância que o detetive tem. Nossos empresários ainda nao têm maturidade suficiente", diz ele. Segundo Sant`Anna, esse quadro tem mudado, em razao dos rombos causados pela açao, sobretudo, de funcionários que lesam a empresa. "Sai caro contratar nossos serviços, mas compensa em face dos prejuízos que uma quadrilha pode causar a uma corporaçao", define ele.

Sant`Anna afirma que governos também sao bons clientes. "Onde quer que haja negócios há campo para fraudes e aí entra o trabalho do investigador, cuja grande arma é o sigilo." Sobre os grampos telefônicos que abalaram o governo no escândalo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o sindicalista defende a classe. "Ficou provado que é coisa feita por gente do governo. Nada temos a ver com essa história", diz enfático.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;