A advogada de Lindemberg Alves Fernandes, Ana Lúcia Assad, entrou anteontem com pedido para a anulação do júri que o condenou a 98 anos e dez meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de Eloá Pimentel e mais 11 crimes em outubro de 2008.

Era o último dos cinco dias de prazo que a defesa tinha para entrar com recurso no TJ (Tribunal de Justiça). Agora, terá oito dias para apresentar a justificativa.

Ana Lúcia não retornou o pedido de entrevista feito pelo Diário. Entretanto, logo após o anúncio da sentença pela juíza Milena Dias, na quinta-feira, disse que houve cerceamento de defesa, ou seja, limitação na produção de provas de uma das partes do processo. Também pleiteou que Lindemberg deveria ser julgado por "crime continuado" e não por 12 distintos, o que acarretaria redução de pena. Um desembargador do TJ decidirá se o pedido é ou não válido em até cerca de 30 dias.

Até lá, o Ministério Público deve definir se processa ou não a advogada por ter mandado a juíza "voltar a estudar" durante as atividades do plenário. Por enquanto, a instituição não tem parecer sobre o caso.

A promotora Daniela Hashimoto deve aproveitar para acusar Lindemberg de porte ilegal de arma, já que havia a dúvida da origem do revólver calibre 32 usado por ele. Na oitiva, disse ter comprado a arma de um desconhecido em um parque.