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Região tem um terço de
Mata Atlântica preservado
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
27/05/2011 | 07:42
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O Grande ABC tem intactos 33,6% de Mata Atlântica. Nos últimos dois anos, o desflorestamento na região se manteve estável, segundo dados divulgados ontem pela fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Os remanescentes florestais na região somam 28 mil hectares, o que equivale a 28 mil campos de futebol.

A cidade que ainda conserva maior área de floresta nativa é São Bernardo, com 42,6% de verde. Na sequência vêm Rio Grande da Serra (37,8%), Santo André (35,4%) Ribeirão Pires (23,2%), Mauá (7%) e Diadema (1,8%). São Caetano já não tem mais nenhum hectare de Mata Atlântica.

Na pesquisa anterior, referente ao período entre 2005 e 2008, a região desmatou 139 hectares. "Esse desflorestamento é a maior consequência da construção do Trecho Sul do Rodoanel", explicou a coordenadora do Atlas dos Remanescentes da Mata Atlântica, Marcia Hirota. A coordenadora avaliou que a região voltará a ser impactada no próximo estudo, devido às obras do Trecho Leste do anel viário.

Nacional

O País registrou queda no desflorestamento no biênio, com 31 mil hectares. Nos três anos anteriores o índice foi de 102 mil hectares.

A pesquisa aponta ainda que o ritmo de desmatamento teve queda de 55%. "Comemoramos os dados, mas ainda fica o alerta. Minas Gerais e Bahia ainda têm perdas grandes nas matas secas", salientou Hirota.

O Estado de São Paulo está em sexto lugar no ranking, com 579 hectares derrubados.

Ambientalistas divergem sobre Código Florestal

Os impactos do Código Florestal no Grande ABC são vistos de forma diferente por ambientalistas. O documento está em votação no Congresso Nacional e ainda terá de ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff (PT), caso aprovado. A última versão do projeto, elaborado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB - SP), prevê a legalização das atividades agrícolas em APPs instaladas até julho de 2008.

"O Grande ABC vai ser pressionado pelo mercado imobiliário. Esse não é o código florestal, e sim o código da motosserra", afirmou o diretor de Políticas Públicas do SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.

Já o pesquisador do Inpe Flávio Ponzoni não vê grandes impactos para a região. "O principal problema são os ‘puxadinhos'. A topografia da Serra do Mar não permite desmatamento para uso rural."




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