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Brasil exorciza fantasma e põe ouro no peito pela primeira vez

Neymar assume responsabilidade, brilha e, nos
pênaltis, dá o único título que faltava à Seleção

Anderson Fattori
21/08/2016 | 08:58
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Roberto Castro/ Brasil2016


 O rabisco sobre o nome de Neymar na camisa de um torcedor recém-apaixonado por Marta e pela Seleção feminina é a imagem que marcou a histórica campanha do Brasil, que terminou ontem com a sonhada medalha de ouro no peito. Foi suada, sofrida e, nos pênaltis, contra os temíveis alemães, após empate por 1 a 1 no tempo normal, que persistiu na prorrogação.

Em seis jogos, os brasileiros aprenderam a odiar e amar os comandados de Rogério Micale. Nos dois primeiros jogos, a bola insistiu em não entrar, a confiança caiu e as críticas subiram na mesma proporção. Era preciso reação ou ter de engolir uma eliminação melancólica. Foi contra a Dinamarca que o Brasil ressurgiu e passou a atropelar os adversários.

O grande teste seria a decisão contra a Alemanha. Não que os europeus botassem medo pelo elenco que trouxe ao Rio – assim como o Brasil, os germânicos também tiveram problemas na liberação de jogadores –, mas pelo peso que a partida tinha. Há 120 anos a Seleção perseguia o ouro olímpico, era a conquista que faltava na galeria da única pentacampeã do mundo.

Além disso, ecoava por todos os cantos o trauma adquirido na semifinal da Copa de 2014, quando os alemães venceram o Brasil impiedosamente por 7 a 1. Era um fantasma a mais que os brasileiros teriam de exterminar.

O primeiro tempo deu a impressão que os mais de 60 mil torcedores brasileiros no Maracanã ontem, enfim, assistiriam algo inédito. Neymar, de falta, pôs o Brasil à frente com atuação segura. A sensação era que, desta vez o ouro não escaparia.

A confiança durou até o começo do segundo tempo, quando Meyer deixou tudo igual e devolveu ao Maracanã o clima apreensivo de antes da partida. Os mesmos fantasmas voltavam a assombrar o Brasil.

Quis o destino que o grande jogo da final do futebol, prestigiado por gente de todos os países e até pela lenda Usain Bolt, que torceu pelo Brasil no camarote de Neymar, fosse decidido nos pênaltis, após a persistência do 1 a 1 na prorrogação.

Essa geração suportaria o gigantesco peso nas costas? Esta era a pergunta que todos faziam antes do primeiro pênalti. Candidatos a heróis e vilões batiam e convertiam as cobranças. Foi assim com os alemães Ginter, Gnabry, Brandt e Süle; E com os brasileiros Renato Augusto, Marquinhos, Rafinha e Luan. Até que Petersen parou no predestinado Weverton.

Antes torcedor, Weverton vira protagonista e pede respeito ao time

Weverton estava em casa quando o Brasil iniciou a preparação para a Olimpíada. Depois de um jogo do Brasileirão pelo Atlético-PR, recebeu telefonema que certamente iria mudar sua vida. Do outro lado, um convite para assumir a vaga deixada por Fernando Prass, que precisou ser cortado após lesão no cotovelo direito.

Depois de passar cinco jogos sem ser vazado, ontem ele conheceu o amargo gosto de sofrer um gol com a camisa da Seleção Brasileira. Mas o futuro reservaria para ele algo grandioso. Na disputa de pênaltis, voou para rebater o chute de Petersen e virou herói.

Como se fosse o dono do jogo, levou a bola embora. “Só quero falar uma coisa: Pátria amada, o ouro é nosso, mas a glória é de Deus. A bola é minha porque está na história. Muita gente tentou, mas Deus botou essa geração para fazer história. Merecemos respeito pelo o que fizemos. Jogo de luta, de vontade, com a cara do Brasil. A torcida toda está de parabéns”, discursou o novo herói brasileiro.




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