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Alunos protestam contra reajuste de mensalidade na Direito S.Bernardo
Natália Scarabotto
Especial para o Diário
19/08/2016 | 07:00
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Estudantes da Faculdade de Direito de São Bernardo realizaram, ontem, paralisação geral contra reajuste de 11% no valor da mensalidade para o próximo ano. A medida, anunciada pela reitoria, eleva a mensalidade de R$ 932 para R$ 1.035.

O ato foi realizado nos períodos da manhã e da noite, reunindo cerca de 150 pessoas em cada encontro. Também houve debates sobre o movimento estudantil e a elitização da faculdade. Com a finalidade de evitar problemas aos alunos, houve acordo para que os professores não marcassem falta.

A principal reclamação dos alunos é a de que o reajuste é abusivo, o que não deveria acontecer em autarquia municipal. “A função dessa faculdade tem de ser a oferta de ensino de qualidade por preço baixo. Não temos só a mensalidade para pagar, temos de viver também e o valor da bolsa estágio, na nossa área, é muito baixo para bancar tudo”, afirma a estudante do 3º ano Fernanda Corrêia, 21 anos.

Para o coordenador geral do Centro Acadêmico, Giovanni Monteiro, o ajuste é desproporcional. “Eles (faculdade) estão propondo aumento acima da inflação (que é de 8,86% acumulada em 12 meses, de acordo com o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Não há por que elevar tanto.”

Os estudantes também criticam o que consideram a tendência de elitização da faculdade a partir da alta da mensalidade. Na visão dos discentes, com o reajuste apenas pessoas com renda alta terão condições de arcar com os custos do local. A iniciativa, inclusive, vai contra a adoção das cotas, aprovadas neste ano pela faculdade com objetivo de democratizar o ensino e gerar oportunidades para mais pessoas.

Na tentativa de negociar o reajuste, foram realizadas duas assembleias na quarta-feira. Os estudantes apresentaram contraproposta para a reitoria, pedindo o reajuste zero.

A Faculdade de Direito de São Bernardo afirmou, por meio de nota, que “está em pleno processo de negociações e que sempre negocia com os estudantes, principalmente se tratando de um assunto tão importante”. A instituição também justifica o reajuste, afirmando que houve aumento nos custos de pessoal e de terceirizados de manutenção do campus. De acordo com a faculdade, os gastos com esses serviços vão aumentar, de 2015 para 2017, cerca de 41,59% e 86,16%, respectivamente.




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