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Moradores relatam momentos de terror durante ação criminosa

Barulho dos tiros e vidros estilhaçados, explosões e tremor nos prédios marcaram o cenário de guerra durante tentativa de assalto à Protege na Rua dos Coqueiros

Nelson Donato
Leonardo Santos
Especiais para o Diário
18/08/2016 | 07:00
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Moradores do bairro Campestre, em Santo André, vivenciaram momentos de terror na madrugada de ontem, durante a tentativa de assalto à empresa Protege. O cenário era de guerra, caracterizado pelo barulho dos tiros e vidros estilhaçados, intensificado pelas explosões, que causaram tremor nos condomínios residenciais do entorno, além de danos estruturais.

Por volta das 9h de ontem,seis horas após a tentativa de assalto, o cheiro dos explosivos utilizados para arrombar o portão da empresa ainda podia ser sentido, assim como pó escuro da pólvora era visível. As paredes mantinham dezenas de marcas de disparos de bala e o chão estava tomado por estilhaços de vidro.

O olhar de apreensão dos vizinhos traduzia o pânico vivido durante a madrugada de ontem. “Percebi correria dos travestis na Avenida Industrial, mas achei que tivesse havido algum desentendimento. Estava vendo os Jogos (Olímpicos) quando ouvi os estalos. Primeiro achei que eram fogos (de artifício)”, declara a aposentada Fátima Carvalho, 58 anos, moradora da Rua dos Coqueiros há mais de duas décadas. “Já houve uma tentativa de assalto nessa empresa há alguns anos, mas nada comparado a isso.”

A sensação de insegurança já faz parte da rotina da aposentada. Segundo ela, desde que a unidade foi instalada na via, o medo de roubos preocupa a vizinhança. “Sabemos que é algo muito visado. Os vizinhos já tinham planejado abaixo-assinado (pedindo a mudança da empresa), mas não foi para frente. Acredito que agora é a hora de retomar essa discussão.”

“Foi aterrorizante, cena de guerra. É inexplicável a sensação, que vai de medo à impotência”, declara o administrador Marcelo Grecco, 42, morador do 11º andar de conjunto residencial localizado em frente à empresa. “Quem viveu esse momento nunca vai esquecer.”

A síndica do residencial, que tem 480 apartamentos, Edilaine Vasquez Malateaux, 52 anos, estima prejuízo de R$ 50 mil. “Além das paredes carimbadas pelos tiros, tivemos queda de janelas e quebra de vidros”. Conforme a moradora, os funcionários do condomínio têm treinamento específico para esse tipo de ocorrência. “A orientação é retirar o interfone do gancho, não deixar ter contato com eles (criminosos) e deitar no chão.”

DESTRUIÇÃO

Uma das ocorrências orquestradas para inibir a ação da polícia foi o incêndio de caminhão dentro de uma revenda de peças automotivas na Avenida da Paz, altura do número 691, em Utinga. O Corpo de Bombeiros conseguiu extinguir as chamas por volta das 6h30 de ontem. O local ficou completamente destruído.

O fogo atingiu também parte de uma autopeças vizinha. “Fiquei chocado com o que eu vi. Vamos ter de gastar pelo menos R$ 2.500 no conserto”, lamenta o vendedor Aparecido Leito, 58. 




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