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Missao do FMI discute quarta revisao do acordo 2ª
Do Diário do Grande ABC
07/10/1999 | 15:21
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A missao técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) que chega ao país neste final de semana vai iniciar na segunda-feira as discussoes para concluir a quarta revisao do acordo de ajuda financeira assinado no ano passado, que envolve US$ 41,5 bilhoes. A missao vai definir também as metas a serem cumpridas pelo governo brasileiro para os dois primeiros trimestres de 2000.

"Nao tivemos tempo de concluir a revisao na reuniao de Washington, por isso resolvemos concluí-la aqui junto com as discussoes sobre as metas da primeira metade do próximo ano", disse nesta quinta o representante do FMI no Brasil, Lorenzo Perez.

A princípio, ressaltou Perez, nao haverá mudanças nas metas globais fiscais definidas para este ano e para o próximo. "As metas globais fiscais de superávit primário de 3,10% (em relaçao ao PIB) para este ano e 3,25% para o próximo estao mantidas", disse. Estes superávits primários consideram o resultado do setor público consolidado, ou seja, inclui o governo central, os estados e municípios, além do resultado das empresas estatais.

A equipe do FMI será novamente chefiada pela economista Teresa Ter-Minanssian, diretora-adjunta do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, que estará acompanhada de outros quatro técnicos, além de Lorenzo Perez.

Os técnicos do FMI ficarao no país por duas semanas e a agenda inclui encontros permanentes com técnicos dos ministérios da Fazenda e Planejamento além do Banco Central, entre outros. "Ainda nao definimos toda a agenda, mas os trabalhos começam nesta segunda-feira no Ministério da Fazenda e no Banco Central", disse o representante do FMI, Lorenzo Perez.

Segundo ele, tanto na análise das contas do governo este ano quanto na definiçao de metas para o primeiro semestre do próximo ano serao consideradas as novas medidas adotadas para tentar compensar a frustraçao da expectativa de arrecadaçao de R$ 2,38 bilhoes para 2000 em conseqüência da decisao do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu na semana passada conceder uma liminar suspendendo a cobrança de tributaçao previdenciária de servidores públicos federais inativos e o aumento das alíquotas cobradas dos servidores em atividade. "Vamos ter que fazer uma atualizaçao do quadro macroeconômico à luz dos novos fatos", disse.

A balança comercial também será um dos temas a ser discutido. Para o representante do FMI, o governo brasileiro tem mostrado com "rapidez e responsabilidade" respostas a "choques" internos e externos. "A nossa preocupaçao é o governo avançar nas medidas estruturais", frisou Perez. Segundo ele, a vitória de ontem no Congresso, com a aprovaçao do fator previdenciário, foi um indicador importante de avanço nestas questoes consideradas "estruturais". "A aprovaçao da Lei de Responsabilidade Fiscal e a reforma tributária, que estao sendo discutidas, também caminham no sentido de resolver estes problemas", avaliou.




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