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Consórcio quer antecipação de vacina

Entidade defende que imunização contra o vírus
H1N1 seja feita a partir de janeiro e não em abril

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
12/08/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Após a região registrar aumento significativo no número de casos de gripe H1N1 neste ano, com média de 1,5 paciente infectado pelo vírus Influenza A por dia desde janeiro, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, por meio do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde, defende a antecipação da campanha de vacinação contra a doença em 2017.

De acordo com o coordenador do GT de Saúde e também secretário da área em Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, a proposta será levada aos governos estadual e federal. “Se formos analisar os dados deste ano, é possível ver que tivemos aumento de casos antes do período esperado. Geralmente, as ocorrências aconteciam no começo do inverno. Com isso, precisamos nos preparar para que, já no fim do verão, a população esteja imune ao vírus. Para isso, uma das saídas vistas por nós do Consórcio é antecipar a vacinação para janeiro e fevereiro”, explica.

Na visão de Homero, a antecipação da campanha de 2017 já é algo discutido desde o fim do período de imunização deste ano, que teve início em 30 de abril e foi finalizada em maio. O Ministério da Saúde, inclusive, divulgou que estuda a possibilidade de realizar a alteração e também ampliar o número de doses distribuídas para os Estados. Neste ano, foram distribuídas 54 milhões de doses, o que só foi suficiente para beneficiar a população do chamado grupo prioritário: crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, idosos, gestantes, doentes crônicos, puérperas, indígenas, funcionários do sistema prisional, população privada de liberdade e funcionário da Saúde.

“Os índices deste ano nos mostraram que devemos olhar mais atentamente para os casos de H1N1. Em 2015, abrimos a campanha de vacinação para outros públicos, pois tinham sobrado lotes. Neste ano, por exemplo, o cenário foi diferente. Além de atingirmos meta alta no público-alvo, outras pessoas recorreram às clínicas particulares para se prevenir. Acredito que é o momento de estudar a possibilidade de estender a vacina para toda a população”, avalia Homero.

A preocupação em torno da doença fez com que as doses disponibilizadas na rede pública de Saúde acabassem rapidamente. Houve necessidade de encaminhamento de lote adicional com 90 mil vacinas para o Grande ABC. Além disso, a procura pela imunização nas clínicas particulares superou as expectativas. A população chegou a pagar valor médio de R$ 100 por dose.

Embora balanço feito pelo Consórcio aponte estabilidade nos indicadores da doença nas últimas semanas, o coordenador do GT Saúde destaca para a necessidade de já se pensar em estratégias para evitar surto da doença em 2017.

Levantamento feito pela entidade aponta que, neste ano, os sete municípios registram 289 casos confirmados da doença, sendo que 48 deles resultaram na morte dos pacientes. No balanço mais recente, com dados colhidos até segunda-feira, Santo André contabilizava 18 mortes, seguida por São Bernardo (12), Diadema (seis), Mauá (cinco), São Caetano (três), Ribeirão Pires (três) e Rio Grande da Serra (um).




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