As 188 famílias que residem nos alojamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo) e esperam a transferência para um dos apartamentos da companhia, no Jardim Santo André, deverão permanecer na mesma condição em que se encontram, tendo de improvisar para ter acesso a água, luz e esgoto.

Muitas delas estão nessas condições há mais de oito anos e brigam pelo direito de se mudar para a nova casa. Porém, segundo a CDHU, não há previsão para a conclusão das obras nos apartamentos, que deverão abrigar as famílias que antes viviam em áreas invadidas e de risco. “A gente não agüenta mais tanta enrolação”, reclama a moradora Alessandra Elisabete Aguilar.

Na tarde de ontem, representantes da entidade se reuniram com uma comissão de moradores a fim de discutir medidas paliativas que amenizem o sofrimento daqueles que moram no local.

Segundo nota enviada pela companhia, nesse encontro ficou acertado que a reforma do alojamento será priorizada para os próximos meses. No entanto, não foi estabelecida uma data para a conclusão dos 38 apartamentos, que já não são suficientes para dar moradia a todas as famílias.

Na madrugada da última sexta-feira, os moradores tomaram dez apartamentos (semi-acabados) para pressionar a transferência. Horas depois, os mesmos foram desocupados com a promessa da CDHU de fazer as reformas.

Na próxima quarta-feira, haverá uma nova reunião para decidir o futuro dessas famílias. “Se eles não derem prazos para entregar os apartamentos, nós vamos invadir de novo”, alerta Alessandra.

Além da falta de higiene observada pela reportagem nos alojamentos, há ainda riscos de acidentes com os fios de ligações clandestinas de luz, que ficam expostos nas laterais dos barracos.

Na semana passada, um curto na fiação de um barraco provocou um incêndio. Ninguém ficou ferido. A CDHU fará uma nova reunião amanhã para apontar soluções.