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Famílias gastam até R$ 1.530 com higiene
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
10/07/2011 | 07:30
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Tiago Silva/DGABC


As famílias incluídas na classe B de consumo vão gastar R$ 1.530 em média, neste ano, com produtos de cuidados pessoais. Escovas de dente, cremes dentais, sabonetes, absorventes, barbeadores, perfumes e tinta para o cabelo são exemplos desses itens, que levarão cerca de R$ 328,23 de cada consumidor no ano. No Grande ABC, quase a metade dos moradores se enquadra neste cenário.

Isso é o que aponta o Ibope Inteligência, que concedeu à equipe do Diário o recorte de um de seus estudos socioeconômicos. Para o instituto de pesquisas, 48,2% do potencial de consumo de produtos de cuidados pessoais, no Estado de São Paulo, estão concentrados na classe B. E 47,5% dos domicílios da região se enquadram nesse grupo.

A renda média das famílias da classe B no Grande ABC é de R$ 3.857, de acordo com o Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano. Os gastos com higiene e beleza, no entanto, provavelmente não são distribuídos por igual nos domicílios. Grande parte da demanda desse mercado é constituída pelo público feminino. Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético, em média os produtos masculinos geram apenas 8% do faturamento do setor. O restante da receita provém, em maioria, do segmento feminino e, pequenas parcelas, de itens voltados aos públicos infantil e unissex.

A estudante universitária Marinna Stanziani, de Santo André, conta que esses gastos são essenciais para sua vida. "Por mês eu acredito que passam de R$ 100", afirmou. Para ela, a lista básica é vasta. "Xampu, condicionador, sabonete líquido, sabonete esfoliante, desodorante, cremes, esmalte, maquiagem", elencou.

Marinna não é diferente de grande parte das consumidoras brasileiras. Pesquisa da SophiaMind revela que 79% das mulheres fazem algum esforço para melhorar a aparência. Entre os principais recursos para isso estão os produtos de beleza, citados por 22% das entrevistadas. O resultado só fica atrás dos exercícios físicos (32%) e empata com as dietas (22%).

Muitas vezes, o esforço diário para se arrumar, higienizar e maquilar é mais duradouro do que os momentos de lazer ou atividades físicas. Marinna, por exemplo, gasta cerca de 1h30, por dia, para se produzir e higienizar. E muitas vezes aproveita os momentos vagos, como no caminho do trabalho, para retocar o batom ou a base.

MENOR RENDA - O levantamento do Ibope revela que quanto menor a renda das famílias, menor o potencial de consumo com cuidados pessoais. E quando a família é composta apenas por um homem, com receita abaixo de dois salários-mínimos (R$ 1.090), os gastos com higiene e beleza são menores ainda.

É o caso do estudante universitário Lucas Lagrimante Duarte, que mora em São Caetano. Apesar de ter almoço, janta, moradia e universidade custeados pelo executivo municipal, por ser atleta de natação, as demais despesas básicas são pagas com pequena ajuda de custo. Seu gasto com cuidados pessoais é de, aproximadamente, 4% do orçamento. "Minha mãe ainda ajuda com esses produtos. Ela compra xampu", afirmou.

Duarte está dentro da média da região. A pesquisa socioeconômica do Inpes/USCS indica que o gasto médio das famílias com higiene e beleza é de 4,5% da renda mensal.

 

Domicílios da classe C devem despender R$ 779 neste ano

Os consumidores paulistas da classe C vão gastar cerca de R$ 4,9 bilhões em produtos de cuidados pessoais neste ano, cerca de R$ 2 bilhões a menos do que a classe B.

Porém, em maior número no Estado, cerca de 50% dos domicílios, o gasto por família da classe C deve chegar a R$ 779, em média. Os dados são de pesquisa do Ibope Inteligência.

As classes D e E, grupos que detêm a terceira maior parcela populacional estadual, vão gastar R$ 410 milhões com produtos de higiene e beleza. Ou seja, cerca de R$ 247 por família.

MAIOR PODER ­- Os domicílios da classe A vão direcionar cerca de R$ 3.175 para produtos de cuidados pessoais neste ano. O potencial de consumo do grupo, no Estado, é de R$ 1,46 bilhão. E as mulheres pertencentes às famílias com melhores condições financeiras são as que mais consomem produtos de beleza, como maquiagem, anti-idade e anticelulite, aponta pesquisa da SophiaMind.




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