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Atletas de handebol conciliam
carreira com estudos fora da área
Henrique Munhos
Especial para o Diário
13/06/2011 | 07:30
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A carreira de atleta profissional é curta, e muitos se preocupam com o que fazer quando não atuarem mais nos campos ou nas quadras. No handebol isso não é diferente. Como a rotina não é estafante como em outras modalidades, muitas jogadoras conseguem conciliar o tempo e partem para outro ramo enquanto ainda atuam nas quatro linhas.

O exemplo mais evidente é o time da Metodista/São Bernardo, o mais vitorioso do handebol brasileiro. Do elenco masculino, que conta com 24 jogadores, 15 cursam faculdade, quatro já estão formados e apenas cinco estão sem estudar. Na equipe feminina, que tem 18 atletas, oito cursam universidade, seis estão formadas, três são juvenis e ainda fazem o ensino médio, e apenas uma está longe dos cadernos.

Isso é possível devido à pouca quantidade de jogos (se comparada à outras modalidades), à realização de treinamento em apenas um período e às poucas viagens e concentrações.

Apesar de ter somente 21 anos, o pivô Alencar já está no terceiro semestre de Publicidade e Propaganda. "Meu pai tem uma padaria, e sempre gostei de pensar em formas de atrair o público para consumir no nosso comércio. Por isso, me identifiquei com a área." No futuro, o jogador/estudante deseja trabalhar na área de marketing de uma empresa.

Mais experiente, a armadora Tayra Rodrigues, 28, já está um passo à frente das companheiras de time. Formada em fisioterapia em 2008, a armadora é pós-graduada em ortopedia. Após trabalhar como fisioterapeuta na equipe juvenil feminina da Metodista, a jogadora agora realiza atendimentos particulares. "Fiz um ano de psicologia e não gostei. Depois tentei fisioterapia e me apaixonei pela profissão", contou.

Tayra afirmou que 80% da sua renda vêm do handebol, sendo que os outros 20% são provenientes da fisioterapia. "Hoje, vivo do handebol. Mas não é para sempre. Nossos salários não chegam nem perto de outras modalidades, como vôlei e basquete, sem falar do futebol, que é muito distante. Portanto, temos de nos preparar cedo", destacou a jogadora.

Segundo Adriano Santos, 42, supervisor de handebol da Metodista/São Bernardo, os salários dos atletas da equipe variam de R$ 1.500 a R$ 4.500, tanto entre os homens quanto entre as mulheres. O time do Grande ABC tem o maior investimento do Brasil na modalidade.

 

Universidade dá bolsa só para graduação

 

A Metodista ajuda os jogadores do time de handebol com bolsas de estudo para a graduação. Mas muitas vezes, é inviável para algumas jogadoras estudar na universidade. Tayra foi um desses casos. Pelo fato de o curso de fisioterapia ser integral, não tinha como a atleta conciliar os treinamentos com o estudo. Assim, estudou pela Unip (Universidade Paulista), onde também conseguiu bolsa. Para a pós-graduação, a jogadora estudou na Metodista, mas pagou do bolso, já que a universidade não disponibiliza bolsas de estudo para pós-graduação.

Por estudar administração, a armadora Adriana, 27, não consegue exercer a profissão junto à carreira de atleta. A jogadora, que está no sétimo semestre, ainda não sabe se seguirá no ramo esportivo. "Posso optar por seguir no esporte ou ir para outra área, como a financeira. Ainda não decidi. Hoje, meu trabalho é somente o handebol", disse.

 




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