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Outra chuva e o braço da Represa Billings transborda
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
06/10/2009 | 08:09
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A bacia do Rio Grande, braço da Represa Billings responsável pelo abastecimento de parte do Grande ABC, opera atualmente com 95% de sua capacidade de armanezamento e está a uma chuva forte de ultrapassar o limite de reservação, segundo informa a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

A empresa alerta que, se isso acontecer, será necessário dispensar o excedente de água para manter o manancial dentro do grau de estabilidade.

A situação, incomum para o período do ano, foi verificada em função das tempestades registradas no primeiro semestre, que elevaram os níveis das represas, quando a Sabesp esperava a estiagem.

"Quando temos anos seguidos com chuvas abaixo da média, a tendência é termos problemas no abastecimento. Porém, neste ano, como o inverno foi satisfatório, estamos vivendo uma situação que não víamos há muito tempo: represas cheias antes da época da chuva", afirmou o superintendente de produção de água da Sabesp, Hélio Castro.

Como os meses que se seguem, de outubro a março, são tipicamente de temporais e receberão ainda a influência do El Niño, tornando a primavera e o verão ainda mais úmidos, a companhia se prepara para colocar em prática ações para liberar o volume de água reservada em toda a região metropolitana de São Paulo.

Os primeiros testes foram realizados no fim do mês de setembro, com resultado positivo, segundo a Sabesp.

A empresa justifica, contudo, que, ao contrário do que possa parecer, o descarte da água não significa desperdício. "Essa é uma água bruta, que está dentro da represa. No caso do braço do Rio Grande, a água é transferida para a Billings, onde é revertida para Guarapiranga ou para gerar energia na Usina Henry Borden, na Baixada Santista", explicou Castro.

No Grande ABC, se o nível da represa não estiver dentro do limite de estabilidade, poderão ocorrer alagamentos. "Quando o Rio Grande está muito cheio causa reflexo em Ribeirão Pires, fazendo com que a chuva na cidade não consiga ser escoada para a represa, causando pontos isolados de inundação."

Evitar esse e outros problemas em toda a Região Metropolitana é o que levou a Sabesp a organizar os testes, que serviram para medir a eficiência das barragens, comportas e sifões que transportam a água. Atualmente, todas as bacias estão operando com capacidade acima de 90%.

"No braço do Rio Grande até que isso é mais frequente e, em março deste ano, fizemos operação. Mas em outras bacias, como a da Cantareira (que abastece São Caetano e parte de Santo André), não fazíamos descarregamentos desde 1999", afirmou o superintendente.

SEGURANÇA - Presidente da UniÁgua (Universidade da Água), entidade que promove educação ambiental, Gilmar Altamirano afirmou que as intervenções não prejudicam a população. "Essa é uma questão de segurança das barragens para controle da capacidade dos reservatórios e não compromete o abastecimento."




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