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Adolfo Lutz descarta hantavirose em Mauá
Ângela Corrêa
e Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
22/06/2004 | 22:32
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O Instituto Adolfo Lutz descartou no início da noite desta terça a possibilidade do hantavírus ser o causador da doença misteriosa que desde quinta-feira da semana passada já matou três pessoas de uma mesma família entre os Jardins Camila e Primavera, em Mauá. Apesar dos avanços nas investigações, o mal ainda não foi identificado pelos especialistas. O resultado obtido nos exames preliminares, no entanto, direcionaram as suspeitas para três doenças específicas: leptospirose, febre maculosa e intoxicação.

Os testes devem continuar e a expectativa é a de que o resultado final das investigações, que identifique com precisão qual é a doença misteriosa, seja divulgado dentro de nove dias pelo Instituto Adolfo Lutz.

Entre a noite desta segunda e a manhã de terça, outras 12 pessoas foram levadas até o Hospital Nardini, em Mauá, para serem mantidas sob observação. Com isso, aumentou para 20 o número de pessoas que apresentaram pelo menos uma combinação de dois dos sintomas que caracterizaram o mal.

Ao longo do dia, o grupo, formado em sua maioria por moradores dos Jardins Camila e Primavera, foi submetido a uma rigorosa bateria de exames. Foram feitos testes de sangue, urina e uma série de radiografias foi batida. Até à tarde, 11 das 20 pessoas que estavam em observação no hospital receberam alta por não terem qualquer indício de contágio. Outras duas ainda permaneceram no Nardini, só que por outro motivo. Ao invés da doença misteriosa, elas estavam com pneumonia.

Sete pessoas permaneciam em observação no hospital até esta terça à noite. Segundo boletim médico divulgado na noite desta terça pela Secretaria Municipal da Saúde, o estado de saúde do grupo é estável. Desde a chegada no hospital, desde segunda-feira, nenhum deles apresentou agravamento do quadro. Ainda de acordo com a Prefeitura de Mauá, eles devem permanecer sob acompanhamento do corpo clínico do Nardini apenas por “precaução”.

Ainda nesta terça, a única suspeita de contágio da doença misteriosa girava em torno da telefonista E.M.P., 23 anos, internada no hospital desde sábado. Em uma semana, ela apresentou quase todos os sintomas da doença misteriosa: crises de vômito, febre alta, dores pelo corpo e na barriga. A única exceção foi a diarréia. Após passar pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ela foi transferida para o quarto e está em franca recuperação.

Nesta terça, a procura por atendimento médico na USF (Unidade de Saúde da Família) do Jardim Primavera, que também atende a comunidade do Jardim Camila, permaneceu alta. Das 7h às 17h, 56 pessoas foram até o posto – quatro a menos em relação a esta segunda. De acordo com a Secretaria Municipal de Mauá, a média diária de atendimentos na unidade é de 40 consultas, quase 50% menos do número atual.

Na última quinta-feira, a doença misteriosa fez suas primeiras duas vítimas: o metalúrgico Fábio Júnior da Silva, 24 anos, e sua cunhada, a estudante Jaqueline Oliveira, 16. No sábado, a adolescente ainda era velada quando veio a notícia da morte de sua irmã, a dona de casa Raquel Oliveira, 25, mulher de Fábio.




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