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John Woo mistura segunda Guerra com western
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
24/10/2002 | 18:51
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O diretor chinês John Woo vai à guerra com Nicholas Cage em Códigos de Guerra (Windtalkers, EUA, 2002). Woo está visitando gêneros norte-americanos desde O Alvo e Missão Impossível 2. Com esta aventura mata dois coelhos: o filme de Segunda Guerra e o western. Os dois gêneros se conjugam com o solitário soldado Joe Enders (Cage) como guarda-costas do índio navajo Yahzee (Adam Beach) saído diretamente do Monument Valley, o cenário preferido dos faroestes de John Ford.

O mote da história é o código de comunicação usado pelos norte-americanos durante a guerra do Pacífico baseado na linguagem dos índios navajos. Foi o único que os japoneses não decifraram. Por isso, era imperativo proteger os navajos e evitar que eles caíssem vivos nas mãos dos inimigos a todo custo.

É esta a missão de Enders, conhecido por sua fidelidade às ordens recebidas, custe o que custar, ainda que seu protegido Yahzee pareça atrapalhado e sem motivação para enfrentar uma guerra de verdade. Enders leva a missão com profissionalismo, sem nenhum vínculo amistoso com seu protegido, ao contrário de seu colega Ox Henderson (Christian Slater), encarregado de proteger Charlie Whitehorse (Roger Willie), amigo de Yahzee.

O uso do código navajo era pouco conhecido na história da guerra. Uma cena, a mais significativa do filme, ilustra o quanto o componente racial está envolvido nesse segredo: Enders recebe uma medalha por uma missão bem sucedida, na qual Yahzee arriscou-se mais e ficou a ver navios.

Códigos de Guerra é mais um filme de guerra que não acrescenta nada de novo no front. Isto é, o som tem papel fundamental. Na primeira seqüência de batalha, tiros soam como se passassem ao lado do espectador, e todas as demais cenas de luta e bombardeios impressionam pelo realismo. Mera ilustração em uma história que perde a força aos poucos, caindo no sentimentalismo barato. E uma overdose de Nicholas Cage como essa enche os olhos... de lágrimas.




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