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Creches: 28,3 mil crianças na fila no ABC
Raymundo de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
08/09/2001 | 17:45
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Conseguir uma vaga em creche municipal para crianças com idade entre 0 e 6 anos em algumas unidades da rede pública de ensino no Grande ABC é mais difícil do que passar no vestibular para o curso de Publicidade e Propaganda da USP (Universidade de São Paulo), que foi o mais concorrido em 2001 com 86,4 candidatos por vaga. Em Diadema, por exemplo, na Creche Municipal Irmã Dulce, das 16 vagas previstas para o ano de 2002 no maternal, nenhuma deverá ser preenchida pelas 325 crianças de 3 anos que estão na fila de espera desde o início de 2001. Em caso de transferência de três crianças atendidas atualmente, hipótese considerada pouco provável pela direção da creche, a disputa por uma das vagas será de 108 candidatos/vaga.

Apesar da garantia da Justiça (Constituição de 1988 e artigo 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente) de que é dever do Estado assegurar vagas em creche para as crianças com idade entre 0 e 6 anos, independentemente de condições socioeconômicas das famílias e se os pais ou responsáveis trabalhem fora, pelo menos 28,3 mil crianças do Grande ABC estão em filas de espera na rede pública infantil de ensino.

Na Creche Irmã Dulce, em Diadema, cada uma das 25 vagas que estarão disponíveis no início do próximo ano no berçário serão disputadas por quase dez crianças com idade entre 0 e 1 ano e sete meses (225 em fila de espera). As creches municipais de Diadema – cidade que possui o maior déficit da região – atendem 3 mil crianças enquanto outras 13,5 mil aguardam na fila de espera por uma vaga.

No balcão de atendimento da Secretaria Municipal de Educação de São Bernardo, a informação para quem procura uma vaga em creche é que para este ano a solicitação não deverá ser atendida. Em Santo André, Mauá e Ribeirão Pires, a situação é a mesma.

A procura por vaga em creches aparece em primeiro lugar no ranking de solicitações nos conselhos tutelares dos direitos da criança e do adolescente em Diadema e Santo André e entre as três primeiras em São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires. As duas únicas cidades da região que não possuem fila de espera são Rio Grande da Serra e São Caetano.




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