Valadares, embora tenha prazo de sete dias para elaborar seu relatório, disse que vai analisar os 16 volumes do processo, um deles sigiloso e produzido pelo quinta Câmara do Ministério Público, e dará o seu parecer até quinta-feira.

A expectativa é de que Jader renuncie ao mandato antes desse do encerramento desse prazo, assim o senador paraense evita que o Senado abra o processo por quebra de decoro parlamentar. Caso seja aberto o processo e comprovado o envolvimento de Jader nos desvios de recursos do Banco do Estado do Pará, o senador paraense ficará inelegível por oito anos.

Na segunda-feira, Jader afirmou pela rede de rádio e televisão RBA, de propriedade de sua família, que vai deixar o Senado para não correr o risco de ser cassado. Porém, Jader deixou claro que se afasta do Senado, mas não se afasta da vida pública. Jader deve concorrer ao cargo de governador do Pará nas próximas eleições.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na segunda-feira um novo pedido de liminar em que Jader tentava impedir a abertura de processo de cassação.

Essa foi a segunda derrota de Jader no STF. Jader já tinha pedido direito à ampla defesa, na semana passada, antes da votação do relatório pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Belém-De acordo com a assessoria de Jader, o senador, que está em Belém, chegará na quarta-feira a Brasília, mas ninguém confirma se o ex-presidente do Senado usará a tribuna para despedir-se dos colegas ou simplesmente encaminhará uma carta de renúncia à Mesa.

Pelo regimento, a renúncia só se oficializa depois do pedido ser publicado oficialmente no Diário do Senado.