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Parlapatões no Sesc andreense
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
24/10/2002 | 18:59
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A companhia paulistana Parlapatões, Patifes & Paspalhões se projetou no início dos anos 90 com a comédia Sardanapalo (texto e direção de Hugo Possolo), que foi remontada no ano passado. Sexta e sábado ela será encenada no teatro do Sesc Santo André. Um humor anárquico e abrasivo, uma mistura das linguagens do circo e do teatro de rua e o envolvimento do público caracterizam a peça.

Sardanapalo brinca com Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.), um dos maiores conquistadores da história da humanidade. Em uma de suas campanhas militares, ele se depara com o epitáfio na estátua de Sardanapalo, suposto monarca assírio. O impacto é definitivo.

“Sardanapalo expõe o confronto entre a vida racionalista ocidental e a hedonista oriental daquela época. Mas não defende nenhum lado, lança a dúvida”, afirma Possolo. A inscrição na estátua de Sardanapalo: “Comi, bebi, trepei e gozei. O resto não vale isto”.

Possolo não dispensa um certo deboche com a figura de Alexandre, o Grande, na peça um imperador estabanado: “Não mostramos o lado heróico que os militares adoram”. Desopilar o fígado são as palavras de ordem. “Queremos fazer rir, mas não provocamos o riso à toa. Jogamos com a ironia e a reflexão”, diz.

A peça e as brincadeiras com o público começam fora da sala de espetáculos. “Isso cria um clima de festa, uma sensação de que um espaço fechado está aberto”, afirma Possolo. Para ele, as dimensões do palco do Sesc Santo André criam proximidade com a platéia. Além de Possolo, integram o elenco os atores Raul Barreto, Claudinei Brandão e Pedro Guilherme, o músico Eduardo Contrera e o contra-regra Luiz Alex Tasso.

Os Parlapatões guardam um laço afetivo com a ELT (Escola Livre de Teatro), de Santo André, onde Possolo deu aula. “Há uma ligação com a ELT, que tem a ver com o princípio dos Parlapatões. Foi um momento de reflexão e prática teatral que ajudou a formatar o grupo”, diz.




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