Os alunos egressos de escolas públicas poderão contar com um acréscimo de até 12% em suas notas nos próximos vestibulares da Fuvest. Isso é possível graças às ações previstas no Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP), que estão sendo implementadas.
A universidade lançou na última quinta-feira mais uma etapa do programa, o PAS-USP (Programa de Avaliação Seriada da USP).
Este método já foi implantado em outras instituições, como a UnB (Universidade de Brasília) e a Ufu (Universidade Federal de Uberlândia), e consiste em provas anuais que os alunos realizam durante o curso do ensino médio (leia ao lado).
Os resultados obtidos podem significar um acréscimo de até 3% na nota final do candidato que, se somados ao bônus de 3% dos alunos de escola pública – implantado no ano passado –, podem fazer uma diferença de 6% a mais na nota desses estudantes em relação aos alunos do ensino particular que só possuem o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como auxílio. Esse último teste pode garantir até 6% a mais na nota de todos os alunos.
Insuficiente - Para os educadores, a mudança é melhor do que nada, mas ainda não é o suficiente e trata-se de mais uma medida paliativa. “Isso não é algo que irá resolver o grande problema do ensino precário da escola pública”, afirmou o coordenador do cursinho Singular/Anglo de Santo André, Marcel Xavier de Souza.
“Em vez de serem criadas estas alternativas para a entrada do aluno na faculdade, o governo deveria resolver o abismo que existe entre a escola pública e a particular”, completou.
Abaixo da média - Para o coordenador do cursinho pré-vestibular Etapa, Carlos Eduardo Bindi, esses 3% podem não significar nada nas notas finais do aluno. “Se considerarmos o Enem, a escola estadual melhor posicionada está abaixo da colocação 300”, disse. “É uma medida que tem boa vontade, mas não adianta num lugar onde os motoristas não sabem dirigir, você afrouxar as regras de trânsito”, afirmou Bindi.
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