Segundo Greespan, a intenção do Fed é assegurar que a economia americana continue se recuperando. Porém, ele frisou que juros tão baixos não são compatíveis indefinidamente com a função do Fed, que é lutar contra a inflação. Durante o pronunciamento, o presidente do banco disse também que confia nas perspectivas de "um crescimento forte e sustentável", acompanhado de uma recuperação do emprego. No entanto, ele advertiu sobre os crescentes déficits fiscais no país.

Com o anúncio, o dólar comercial, que vinha operando em alta durante o dia, inverteu a tendência e encerrou os negócios desta quarta-feira em queda de 0,44%, cotado a R$ 2,905 na compra e a R$ 2,907 na venda. O mercado ficou satisfeito com a garantia de manutenção da taxa de juros americana, pois uma possível indicação de aumento poderia afetar o fluxo positivo dos países emergentes.

Seguindo o mercado cambiário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão desta quarta com valorização de 4,63%, com o seu principal índice, o Ibovespa, aos 23.197 pontos. O volume financeiro somou R$ 1,439 bilhão. Os investidores ficaram aliviados com a decisão.

Outra notícia que levou otimismo, tanto ao mercado cambiário quanto ao acionário, foi a divulgou dos índices de inflação, que apontaram uma desaceleração dos preços no começo deste mês. Nesta quarta-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP divulgou a inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A taxa ficou em 0,46% na primeira quadrissemana de fevereiro, a mais baixa do ano.

A desaceleração dos preços nestes índices pode indicar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltará a reduzir os juros na reunião da próxima semana, que acontecerá nos dias 17 e 18. Em janeiro, o Copom justificou a manutenção da taxa em razão da possível volta continuada da inflação.

Títulos e risco-país - Seguindo os resultados positivos, o risco-país, termômetro da desconfiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, encerrou a sessão desta quinta em queda de 3,42%, aos 507 pontos-base. Quanto menor é o indicador, mais baixa é a perspectiva do mercado externo de que o Brasil poderá decretar o calote em seus compromissos. Já o C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, registrou valorização de 1,09%, cotado a 98% de seu valor de face.