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Metalúrgicos param a Av.Paulista
Do Diário do Grande ABC
Com AE
14/04/2010 | 07:00
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Cerca de 1.500 metalúrgicos de São Paulo fizeram uma manifestação pela redução da jornada de trabalho, sem redução salarial programada, na Avenida Paulista. Após a entrega da pauta de reivindicação para a diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cerca de 50 manifestantes devem se revezar 24 horas em um acampamento montado no local.

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, classificou ontem como um ‘engodo' a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231/95, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal dos trabalhadores.

Para Francini, a iniciativa presente na pauta de discussões das centrais sindicais há 17 anos tem "mais caráter político do que pé na realidade". Segundo o diretor, a diminuição de horas trabalhadas não gera empregos e pode até fechar postos nas pequenas empresas. "Não há no mundo experiência de redução de jornada com geração de emprego. Essa é uma medida contra o emprego", disse Francini.

Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Pedro Nepomuceno, os trabalhadores querem a abertura de negociação com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A ideia é fechar acordos setor a setor para a redução de jornada. "Isso não vem acontecendo", acusou Nepomuceno.

Paulo Francini rebateu a acusação e assegurou que há negociações setoriais. "A Fiesp não é contra a redução. Somos a favor da negociação caso a caso. Muitos acordos já foram fechados, tanto que a média de horas trabalhadas é de 41 horas", disse o diretor.

O protesto de sindicalistas dissipou-se por meio das 12h30, após interromper o trânsito nas duas faixas da Avenida Paulista. Segundo Nepomuceno, os trabalhadores que estão alojados em barracas ficarão acampados por tempo indeterminado, até que haja negociação. O líder sindical disse ainda que a partir de segunda-feira deve haver paralisações em fábricas do Estado com o objetivo de pressionar a indústria a negociar a redução.

CONQUISTA - Trabalhadores da General Motors em Gravataí (RS) comemoram a redução da jornada, anunciada ontem após reunião entre os diretores da GM e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. A redução das atuais 44 para 42 horas semanais será válida a partir de agosto desse ano, dependendo ainda de confirmação dos detalhes acertados entre as partes.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, comemorou o resultado. "Foi fantástico porque não conseguimos resolver através do Congresso Nacional e viemos por conta própria. A maioria dos deputados ainda tem medo dos empresários e essa é a realidade. 




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