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Brasil deve se acertar antes de opinar, aconselha vice-ministro argentino
Do Diário do Grande ABC
29/01/1999 | 14:08
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O vice-ministro argentino da Economia, Pablo Guidotti, aconselhou as autoridades brasileiras que resolvam primeiro seus problemas antes de dar opinioes sobre a proposta de dolarizaçao para todo o continente feita pelo presidente Carlos Menem e o Plano de Convertibilidade argentino.

Em entrevista publicada nesta sexta pelo jornal Página/12, Guidotti respondeu às críticas do governo brasileiro, que considerou "uma opçao desastrosa" para seu país o Plano de Convertibilidade vigente na Argentina desde 1991 (um dólar igual a um peso).

As autoridades do principal sócio do Mercosul assinalaram que o plano de associaçao monetária com os Estados Unidos "contribui para criar um ambiente de instabilidade na América Latina". "O que a comunidade internacional espera de Francisco 'Chico' Lopes e do Banco Central brasileiro é que consigam estabilizar a situaçao econômica antes de arriscar opinioes teóricas sobre a dolarizaçao e a Convertibilidade", opiniou Guidotti.

Ao referir-se à situaçao no Brasil, Guidotti afirmou que o gigante sul-americano "deve encarar o problema da dívida de forma muito ativa". "Nao sugiro uma reestruturaçao forçosa (da dívida), mas sim uma firme iniciativa para estender os vencimentos através da troca da dívida de curto prazo por outra mais longa, apesar de se apelar para um endividamento em dólares. Existe a possibilidade de fazer isso, e eles ainda nao deram uma resposta para este tema", acrescentou.

O vice-ministro considerou que a comunidade financeira internacional está dependente de três aspectos da situaçao no Brasil: "o primeiro deles é que se aprofunde as reformas estruturais acertadas com o Fundo Monetário Internacional" e, a esse respeito, disse achar que o Congresso "está colaborando".

"O segundo tema é que consigam manter o real mais ou menos estabilizado. Nesse aspecto, têm sido mais ou menos bem sucedidos, mas nao de todo". E, em terceiro lugar, "superar o problema da dívida, para o qual ainda nao deram resposta". "É preciso encarar esses três pontos de forma decisiva e simultânea. Disso vai sair a estabilidade para o câmbio", concluiu Guidotti.




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