O ex-prefeito de Santo André João Avamileno (PT) declarou não se lembrar dos convênios firmados durante sua gestão, em 2003, citados em reportagem do Diário, ontem, sobre devolução de R$ 120 mil, ao Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.

O valor deveria ser destinado à compra de equipamentos e mobiliários para implantação do Serviço Ambulatorial de Saúde Mental e Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas. Segundo parecer da Divisão de Convênios e Gestão do ministério, o gestor não executou "o objeto do convênio em conformidade com o Plano de Trabalho Aprovado" e teria adquirido equipamentos com especificações diferentes e com preços maiores ao acordado.

"Não lembro desses convênios, mas de imediato asseguro que todas as verbas sempre foram aplicadas corretamente na minha gestão", afirmou Avamileno.

A assessoria do ex-prefeito afirmou que entrará em contato com a gestão atual da Prefeitura para checar o porquê da devolução dos valores referentes aos convênios. Os R$ 120 mil foram devolvidos na sexta-feira e se referem a um repasse feito pela União de R$ 50 mil, acrescido de juros e correção.

Em agosto, outros R$ 260 mil já haviam sido devolvidos por descumprimento de convênios firmados entre 2001 e 2004 durante a gestão dos petistas Celso Daniel e Avamileno.

A verba, R$ 80 mil, seria para a aquisição de micro-ônibus novo para criação de unidade móvel de atendimento à saúde. A administração municipal daria contra-partida de R$ 16 mil. No entanto, segundo auditoria do ministério, foi comprado um ônibus usado, fabricado em 1996. Desde 2004, o órgão federal cobra explicações à administração.

Outra constatação feita pela auditoria foi de que a empresa que vendeu o ônibus para a Prefeitura consta na lista dos acusados na Operação Sanguessuga, que revelou compra e venda ilegal de ambulâncias com atuação de parlamentares.

O secretário municipal da Pasta, Arnaldo Augusto Pereira, não esconde a insatisfação pela perda dos recursos. "Mais uma vez é lamentável", declarou Pereira.