Política Titulo
Quadro sombrio na Câmara
Lola Nicolás
Do Diário do Grande ABC
25/10/2006 | 22:49
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se reeleito domingo, terá a partir de 2007 uma base bem menor de aliados na Câmara de Deputados em comparação a 2002, quando assumiu a Presidência. Há quatros anos, o petista tinha como forças amigas no Legislativo PT, PMDB, PSB, PP, PL, PTB, PV, PDT e PCdoB. Juntos formavam bloco de 318 aliados, segundo levantamento do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

Hoje, o quadro, por enquanto, é sombrio se se levar em conta que o PT, na campanha presidencial que termina domingo, coligou-se apenas com o PSB, PCdoB e PRB. Os quatro juntos conseguiram 124 das 513 cadeiras da Câmara. Dos antigos aliados, PTB, PL e PP – que tiveram o maior número de parlamentares envolvidos nos escândalos do mensalão e sanguessugas – foram os que mais perderam cadeiras. O PTB, que chegou às urnas no dia 1º com 43 deputados, entrará 2007 com apenas 22 eleitos; o PL, de 37 cadeiras passará a ter 23; e o PP, caiu de 50 para 41.

Já o PMDB – que, segundo o cenário político, passa a ter poder de barganha na tão decantada governabilidade do eventual segundo governo petista – é o grande vencedor. De 10 deputados em 2002, a sigla encerra o ano com 79 e começa 2007 com 89 parlamentares.

No espectro ideológico, segundo dados do Diap, tendo como parâmetro as eleições de 2002, os blocos de esquerda e centro-esquerda subiram de 166 para 185 parlamentares; o centro, caiu de 160 para 157; o centro-direita, de 137 para 126; e a ala direitista foi reduzida de 59 para 44 deputados federais.

Esse quadro, em princípio, pode levar à interpretação errada de que Lula está bem na foto, mas há de se levar em consideração que o bloco de centro-esquerda, formado por PPS, PV, PDT, além do esquerdista Psol, vem declarando a longo de toda essa campanha que será oposição. Com 62 cadeiras, o grupo deve se aliar ao PSDB (66 deputados) e PFL (65), além de parte do PMDB, PP e PTB – também assumidos opositores – e que, juntos, chegam a 341 parlamentares, ou seja 50,5% da Câmara Federal. Nesse caso, se o tucano Geraldo Alckmin vencer o pleito domingo, o ex-governador de São Paulo, teoricamente, terá uma base bem maior que a de Lula para governar o Brasil nos próximos quatro anos.




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