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Loucura de esmaltes
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
26/09/2010 | 07:47
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Divulgação


Cleópatra, a rainha do Egito, gostava de pintar as unhas de vermelho-escuro para seduzir seus amantes. Se ela tivesse nascido nos últimos 30 anos, talvez a sua preferência não fosse tão convicta. E quem sabe a própria poderia demorar pelo menos alguns instantes para escolher o melhor tom que contentasse sua exacerbada vaidade.

É que, diferentemente da época em que viveu a bela egípcia - contemporânea dos criadores do esmalte -, hoje há uma grande variedade de cores e efeitos no mercado. Na Beauty Fair 2010, maior feira de beleza e cosméticos da América Latina, que aconteceu em agosto, entre as novidades que causaram alvoroço nos visitantes estava o produto com efeito 3 D, da Ultimate. Com micropartículas de poliéster metalizado, dão impressão de profundidade conforme a incidência da luz.

Mas não pense que este e outros lançamentos são criados tão facilmente. Segundo a diretora de marketing da Risqué, Mel Girão, a inspiração para criar os tons, por exemplo, vem dos desfiles de moda nacionais e internacionais. "Assinada por Reinaldo Lourenço (estilista que faz parceria com a marca), a coleção primavera-verão traz cores inspiradas nos elementos que marcaram a década de 1960. Itens de moda, arte, personalidades, expressões e movimentos, como a pop art", explica a especialista.

Por isso, os nomes também remetem à época. Um exemplo é o esmalte Twiggy, homenagem à modelo que ficou famosa devido ao excesso de magreza, moda no período.

Entre as cores que serão o hit da estação mais quente do ano estão os verdes claro e escuro, rosa, nude, azul-bebê, vermelhos variados, laranja e amarelo, que já vêm fortes ao longo do ano.

Combinações - A manicure Lucinéia Maria Valcarenghi, 32, revela que entre as suas clientes os tons mais pedidos são os cítricos, avermelhados, marrom e agora o cinza e o verde. "Geralmente, querem as cores mais berrantes na mão e a mais natural no pé, mas nada impede de mesclar e ganhar um visual descontraído", afirma.

Para que a durabilidade do produto seja maior, a dica é usar sempre depois da aplicação do esmalte o extra-brilho ou os chamados finalizadores, que intensificam a cor.

A bióloga Camila Zatz, 26 anos, já conhece todos os truques. Ela e as amigas Bianca e Fernanda são responsáveis pelo site Loucas por Esmalte. No endereço elas falam sobre os lançamentos nacionais e internacionais, além de darem dicas de como cuidar das mãos.

Camila é dona de 500 tubinhos, mas confessa que ainda não conseguiu usar todos. "Faço minha unha pelo menos duas vezes por semana e não consigo ficar sem comprar o que aparece de novo", conta, acrescentando que prefere os tons chamativos.

O único que falta em sua coleção é o 3D, mas ainda não o encontrou para comprar.

História - Os egípcios menos abastados que a realeza usavam henna preta para enfeitar as unhas. Mas foi só em 1925 que surgiu o esmalte parecido com o existente hoje, criado a partir de estudos para tintura de carro.

O primeiro a ser comercializado tinha o tom rosa-claro e era usado apenas nas unhas das mãos. Uma década depois, as mulheres começaram a enfeitar também os pés, inspiradas em divas hollywoodianas como Rita Hayworth.

A gama de cores apenas aumentou com os irmãos Charles e Joseph Revlon, que custearam a invenção de um novo produto, mais próximo aos comercializados atualmente.




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