Três armas de cano curto foram localizadas nesta sexta-feira em um matagal nas proximidades do CTT (Centro de Treinamento Tático), instalado em uma fábrica da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) em Ribeirão Pires, de onde foram roubadas 54 armas, sendo 12 carabinas, dois fuzis e 40 pistolas, na noite de quinta-feira. A informação foi divulgada hoje pelo Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, durante entrevista coletiva.

São dois revólveres, um calibre 22 e outro calibre 35,7, e uma pistola semi-automática. Também foram localizados dois carregadores, sendo um para fuzil com 30 cartuchos. Segundo Marzagão, as armas serão periciadas para confirmar se fazem parte do lote levado no assalto de quinta-feira.

Marzagão voltou a criticar o local e as circunstâncias de armazenamento das armas. O secretário disse que o Exército é o órgão que deve se responsabilizar por esse tipo de guarda. O Exército brasileiro, por sua vez, informou que abriu inquérito administrativo para apurar o caso.

A polícia continua as buscas aos responsáveis pelo assalto. O crime é investigado pela Delegacia Seccional de Santo André e conta com o empenho de 240 policiais do Grande ABC e da Capital na solução do caso.

De acordo com o boletim de ocorrência do episódio, cerca de oito homens armados - vestidos de preto e encapuzados - renderam um funcionário do CTT e anunciaram o roubo por volta das 18h10 de quinta-feira. Eles chegaram até o centro de treinamento por meio de uma trilha num matagal.

Já no interior do CTT, os assaltantes exigiram do refém a senha do cofre onde ficavam guardadas as armas. Um sinal de alerta chegou a ser emitido à central de segurança que monitora o local, mas, sob ameaça da quadrilha, o funcionário rendido foi obrigado a dizer que se tratava de um engano.

As armas roubadas foram colocadas em várias bolsas e o grupo fugiu em seguida, usando a mesma trilha e levando o funcionário junto. A vítima foi libertada cerca de uma hora depois e os assaltantes seguiram em um carro branco.

O local - O CTT promove treinamentos de policiais federais, civis e militares, além de agentes de segurança de órgãos públicos. Entre os cursos ministrados no local estão o de manuseio de pistola, submetralhadora e carabina, de atirador de precisão e de segurança pessoal, entre outros. As armas roubadas ontem eram utilizadas nesses cursos.

Segundo informações do site da empresa, o CTT é "um empreendimento único na América Latina por conjugar, numa parceria de excepcional eficiência, uma indústria de munições do porte da CBC a uma estrutura de ensino na área Tático Policial". (Colaborou Emerson Coelho)