Política Titulo Alavancar
Antes renegado, Siraque
vira arma a favor de Grana

Empossado oficialmente na Câmara Federal, deputado
terá força usada na campanha do PT em Santo André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/11/2011 | 07:30
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Empossado oficialmente na Câmara Federal, o deputado Vanderlei Siraque (PT) vai virar uma das armas do PT na tentativa de alavancar a candidatura do deputado estadual Carlos Grana (PT) à Prefeitura de Santo André em 2012. Apesar de renegado no primeiro momento, é fato que, assumindo cadeira em Brasília, Siraque ganha força política e capilaridade eleitoral para, possivelmente, transferir votos. Por conta disso, a estratégia da legenda é aproximar os correligionários.

A manobra petista com o nome de Siraque, que possui reduto em Santo André, seria associar a ligação com o governo Dilma Rousseff (PT), enfatizando a interlocução de liberação de verba para a cidade. O presidente do PT municipal, Luiz Turco, avaliou que o novo cenário, de compromisso em trazer benefícios locais por meio de emendas e projetos, fortalece diretamente a campanha. "O Siraque estará mais próximo do governo federal, tendo contato praticamente diário. Um deputado daqui, ao lado no palanque, ajuda."

Grana argumentou que o cenário favorece na construção de sua candidatura. "Nos dá autoridade essa estreita relação com a União", disse, ao observar que o PT sempre acreditou que Siraque assumiria o posto. "Só não sabíamos quando e por qual circunstância. Inclusive, faremos confraternização no dia 18 para festejar a posse."

Fora da vida pública desde março, quando deixou mandato de deputado estadual, Siraque engoliu alguns sapos. Mesmo sendo o primeiro suplente do PT na Câmara Federal, não teve articulação suficiente para assumir cadeira nesse período. O ingresso se deu em razão da entrada do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) no Ministério do Esporte, em substituição a Orlando Silva (PCdoB).

Para Siraque, a primeira contribuição que deu a Grana foi abrir mão da condição de pré-candidato. "Como representante de Santo André em Brasília, quero contribuir. A cidade será prioridade das prioridades." 

Panfleto enterra chance de aliança entre PPS e PT

Um panfleto distribuído na região afastou de vez qualquer possibilidade de aliança entre PPS e PT em Santo André. O material, produzido pela Central Única dos Trabalhadores, elenca os deputados estaduais governistas, ligados ao Grande ABC, contrários a instauração da CPI das Emendas na Assembleia Legislativa, e os petistas favoráveis à investigação.

O folheto rotula os parlamentares não petistas como responsáveis por embargar a comissão. O deputado e coordenador regional do PPS, Alex Manente, é identificado entre os que votaram contra a apuração. Alex repudiou o material que, segundo ele, teve cunho político. "A exposição tentou só denegrir a imagem. Claro que prejudica (a relação). É um dos diversos requisitos (que impedem a parceria), mas não a única razão."

Alex salientou que não havia sentimento de proximidade com o PT. O pré-candidato do PSDB, Paulinho Serra, enfatizou que mantém articulação para formalizar a aliança com o PPS. "É um processo de construção que não é simples, porém é possível."

O popular-socialista, por sua vez, condicionou a aliança PPS-PSDB ao compromisso de adesão na cidade vizinha, citando que o tucano é peça importante no xadrez eleitoral. "Enxergo a chance de caminharmos juntos se ele ajudar o PSDB a apoiar o PPS em São Bernardo." Alex é pré-candidato a sucessão do prefeito Luiz Marinho (PT).

Segundo o deputado Carlos Grana (PT), pré-candidato ao Paço de Santo André, o panfleto não tem nenhuma ligação com o PT. "A CUT tem autonomia própria." O petista defende que a distância com o PPS, porém, se dá por causa da relação estremecida de Alex com Marinho. "Considerar isso faz sentido. A questão passa pela eleição em São Bernardo, mas não sei por que o Alex está incomodado em assumir a postura."




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