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Marta desiste e abre caminho para candidatura de Haddad

Senadora deve anunciar hoje saída da disputa no PT para disputar Paço de SP

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
03/11/2011 | 07:27
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A senadora Marta Suplicy anuncia hoje a desistência da disputa interna no PT pela cabeça da chapa à prefeitura da Capital no ano que vem. Assim, o caminho fica menos congestionado para o ministro da Educação, Fernando Haddad.

O partido trabalha para evitar prévias, marcadas para o dia 27. Mas outros nomes ainda estão na disputa. As inscrições para a eleição interna vão até segunda-feira. Neste momento são três pré-candidatos: os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy. Até então, Marta era a que mais incomodava.

Haddad, porém, tem apoio de caciques da legenda. Inclusive do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual chefe da Nação, Dilma Rousseff. O que coloca o ministro como franco favorito para ser o candidato, mesmo se as primárias forem realizadas.

A ministra das Comunicações, Helena Chagas, afirmou terça-feira, na chegada da comitiva presidencial a Cannes, na França, para a cúpula do G-20, que a desistência de Marta foi decidida em conversa da senadora com Dilma, na segunda-feira, no aeroporto de Congonhas, antes de a presidente visitar Lula no Hospital Sírio-Libanês - já está em sua casa, em São Bernardo, onde faz tratamento para câncer na laringe.

O argumento de Dilma, segundo Helena, foi simples e objetivo. Marta foi a melhor prefeita de São Paulo (2001 a 2004, mas não se reelegeu), mas agora sua presença no Senado é mais importante. Ainda não está definido se Marta Suplicy apoiará Haddad.

A senadora estava isolada no partido. Não tinha apoio de nenhum dos 11 vereadores paulistanos do PT, por exemplo. Por isso não foi tão difícil convencê-la da desistência. Mas não levará qualquer vantagem pela decisão, como convite para assumir ministério (já comandou a Pasta de Turismo entre 2007 e 2008). Dilma deixou claro que não mistura questões de governo com eleitorais.

PADRINHOS DE PESO

O fato que mais contribui para Fernando Haddad ser o candidato do PT a prefeito de São Paulo em 2012 é o apadrinhamento de Lula e da presidente Dilma. Por esse quadro, a maioria dos petistas não quer confrontar as mais importantes lideranças da sigla.

O presidente nacional do partido, Rui Falcão, afirmou que o pedido da presidente tem "muito impacto" e que Marta continuará a ter "papel importante" no Senado. "Ela poderá inclusive participar de campanhas do PT nacionalmente."

O vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), um dos ‘martistas' do Grande ABC, não via isolamento de Marta, mas Haddad vinha numa crescente pela adesão de Lula "pelo novo". "Esse é um dos fatores para combater a direita e reconquistar a prefeitura da Capital. Marta tinha condições de ser candidata, pois fez boa administração. Tinha potencial eleitoral. Mas Lula levantou o braço do ministro", analisou.




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