Os 1.600 trabalhadores da Colgate, empresa do setor de higiene pessoal localizada em São Bernardo, decidem em assembleia, hoje, se aceitam o valor do PPR (Programa de Participação nos Resultados) estipulado pela companhia. Caso a proposta seja negada, - o Sindicato dos Químicos do ABC afirmou que haverá greve. A Colgate foi procurada pela reportagem do Diário, mas não retornou até o fechamento desta edição.
A distribuição do PPR é escalonada por faixas na empresa. Os trabalhadores são distribuídos em três classificações e recebem de acordo com o grupo a que pertencem. Os valores são R$ 1.630 para a primeira faixa, R$ 1.800 para a segunda e 74% do valor do salário para a terceira.
"Isso deixa os funcionários dos dois primeiros grupos indignados. Na verdade, a conta beneficia apenas a quem ganha mais de R$ 2.000", explicou o diretor do sindicato, Wanderley Falatiel.
A proposta da empresa já foi recusada pelos trabalhadores em assembleia recente. No entanto, não houve melhoria no valor das bonificações para a segunda assembleia. "A Colgate afirmou que não pode avançar mais do que isso. Pelo clima dentro da fábrica, tenho certeza de que os trabalhadores estão dispostos a lutar pela igualdade na distribuição do benefício, e fazer greve, se for necessário", afirmou.
De acordo com o sindicalista, na empresa há cerca de 120 faixas salariais. "É muita segregação e o PPR reflete isso, beneficiando aos trabalhadores que ganham mais", reclamou.
As assembleias acontecem nos três turnos de entrada na empresa, às 6h, 14h e 22h. "Cerca de 800 funcionários, o que equivale a 50% dos trabalhadores, ganham até R$ 1.700 e estariam na primeira faixa do PPR com direito a R$ 1.630", disse o diretor.
Segundo Falatiel, os cargos com salários altos somam cerca de 200 trabalhadores. "A conta deve ser simples: dividir o lucro da empresa igualmente entre os 1.600 trabalhadores, afinal todos colaboraram para o montante", defendeu.
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