Cultura & Lazer Titulo Cinema
Festival de Locarno começa amanhã

Sem nenhum representante brasileiro, 69ª edição da premiação movimenta mercado cinematográfico

Rui Martins
Especial para o Diário
02/08/2016 | 07:00
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Divulgação


Amanhã começa em Locarno, na Suíça, mais um Festival Internacional de Cinema. O evento segue até dia 13, apresentando produções do mundo inteiro, menos do Brasil. O diretor do Festival, Carlo Chatrian, concedeu entrevista explicando o motivo e comentando um pouco mais da competição.

Alguma razão que explique a ausência de produções do Brasil?
É preciso haver todo ano filmes brasileiros nas competições? Se a pergunta é sobre o interesse do Festival nos longas brasileiros, é evidente que sim. A prova é que existem coproduções com o Brasil. A ausência é consequência de escolhas que fazemos, mas essas escolhas não levam em conta a nacionalidade. Este ano, há um trabalho de Júlio Bressane, O Beduíno, na mostra Sinais de Vida. Há também homenagem ao cineasta Jean-Claude Bernadet com um filme novo a ele dedicado e há um brasileiro, Rodrigo Teixeira, no júri principal, o da competição internacional.

O cinema português tinha este ano seis filmes em Berlim e o número dobrou em Locarno, com 13. O cinema português é realmente tão bom assim?
Depende. Sou muito ligado ao cinema português, é um dos mais fortes, mas na seleção dos filmes não olho a geografia. Procuro representar o mundo todo, porém faço a escolha separadamente. O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues, e Correspondências, de Rita Gomes Azevedo, têm muito a ver com o Brasil e foram selecionados porque nos tocaram muito de perto.

O Brasil, a lusofonia e a África estão em Licínio Azevedo, O Comboio de Sal e Açúcar, de Moçambique. Há outros filmes africanos no Festival de Locarno?
Sim, há um filme egípcio na competição internacional e outro na mostra Cineastas do Presente. Estou contente por poder dizer que a África retorna a Locarno. O filme de Licínio Azevedo tem bastante força, é um western, no estilo dos grandes filmes do gênero, utilizando a história de Moçambique. Estou curioso por ver qual será a reação do público na Piazza Grande, estou convencido que irá tocá-los por seus personagens e pela beleza das imagens.

Rui Martins está em Locarno, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.




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