Setecidades Titulo
Grande ABC tem 90 áreas contaminadas por química
Ana Macchi e
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
29/10/2003 | 22:12
Compartilhar notícia


O Grande ABC tem 90 locais com contaminação química, segundo um levantamento divulgado nesta quarta-feira pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), em São Paulo. Em todo o Estado, existem 727 áreas com problemas. A maioria dos casos, tanto na região como no Estado, é relativa por postos de gasolina. É a segunda edição do relatório, publicado antes em maio do ano passado.  

Dos 394 postos de combustível da região, 59 causaram contaminação, na maioria das vezes decorrente de vazamento dos tanques. A situação acompanha a média do Estado, em que 63% das áreas são postos, 22% são indústrias, 7% áreas comerciais, 6% resíduos dispostos inadequadamente e 2% outros tipos de contaminação.  

Os cerca de 8,1 mil postos de gasolina do Estado são obrigados por lei a receber licenciamento da Cetesb para funcionar, o que levou ao aumento das inspeções. Para o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), os comerciantes não têm condições financeiras para se adequar à legislação. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, a responsabilidade deveria ser das distribuidoras, que cedem os tanques.  

Os principais problemas das áreas contaminadas são a perda ou restrição dos recursos hídricos, condenação do uso do solo e dano ao patrimônio com desvalorização. Isso aconteceu no Residencial Barão de Mauá, em Mauá, condomínio onde foram identificados 44 diferentes substâncias contaminantes, também incluído no relatório desse ano. O documento relaciona outros casos conhecidos na região, entre eles o da Rhodia Química e da Solvay, ambas em Santo André.  

No relatório de 2002, a região tinha 43 entre as 255 áreas contaminadas do Estado. Segundo o presidente da Cetesb, Rubens Lara, o aumento é normal. “Durante décadas houve desrespeito ao meio ambiente com a deposição de poluentes em qualquer lugar e, a partir do trabalho intenso da Cetesb, é natural que haja esse aumento de áreas contaminadas. Nos Estados Unidos, após 20 anos de estudos, ainda são identificadas novas áreas.”  

A forma de despoluição varia conforme o tipo de contaminação e as características do local. No caso do Barão de Mauá, 5 mil pessoas moram em cima de um antigo lixão industrial, o que obriga a Cetesb a um acompanhamento mais detalhado. “O condomínio é um caso que teremos de acompanhar por muitos anos”, disse Lara.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;