Economia Titulo Adulteração
Posto de combustível em São Caetano tem bombas lacradas pelo Ipem-SP

Estabelecimento possui placas com chip que abastecem quantidade menor do que a paga

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/07/2016 | 07:22
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Claudinei Plaza/DGABC


O posto de combustível Primeiro Diamante, da bandeira Bremen, em São Caetano, teve suas bombas lacradas ontem, durante fiscalização do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo). Foram encontradas no estabelecimento, situado na Avenida Goiás, 238, placas adulteradas com chips que abastecem quantidade menor do que a paga pelo motorista em 12 das 18 bombas. As outras seis estavam com plano de selagem violado. “As placas serão analisadas para verificar o percentual de redução mas, geralmente, gira em torno de 10%. Ou seja, se forem solicitados 20 litros, na prática são injetados 18 litros”, exemplifica o superintendente adjunto do Ipem-SP, Arlindo Afonso Alves. “A adulteração pode ser controlada por meio do celular ou de controle remoto.”

O responsável pelo posto terá dez dias para apresentar defesa junto ao Ipem-SP. De acordo com a lei federal 9.933/99, as multas variam de R$ 100 mil até R$ 1,5 milhão, dobrando em caso de reincidência.

Além de autuar o posto, o instituto irá apurar a responsabilidade da oficina encarregada da manutenção das bombas de combustíveis. Caso seja comprovada, ela poderá ter sua autorização cassada. “Queremos descobrir quem instala essas placas, para atuar na raiz do problema”, diz Alves.

Segundo o superintendente, a ação faz parte da Operação Olhos de Lince, realizada em parceria com o Ministério Público desde março. No Grande ABC, este é o segundo posto lacrado pelo mesmo motivo. A primeira ocorrência se deu em Santo André, no Auto Posto Cayenne, de bandeira Petrobras, situado na Rua Berlim, 268. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 0800-013-0522.

SOLUÇÃO - Na avaliação do presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Grande ABC), Wagner de Souza, a saída ao consumidor para tentar driblar fraudes como essas, chamadas popularmente de ‘bomba baixa’ ou ‘tombo na bomba’, é abastecer e controlar a quilometragem. “Por exemplo, se o motorista colocou 20 litros, e o veículo faz 10 km com um litro de combustível, ele tem autonomia para percorrer 200 km com essa quantidade. Caso seja suficiente para apenas 180 km, pode ser que tenha sido enganado”, cita. “É comum achar que o carro está ‘bebendo’ muito, mas nem sempre ele está com problema e, sim, o posto.”

Souza também chama atenção para estabelecimentos que praticam preços muito baixos. “Geralmente é sinônimo de adulteração. Se estiver bem abaixo da média, desconfie. Não tem milagre”, afirma. A média de preços na região está em R$ 2,29 para o etanol e R$ 3,49 para a gasolina. “Até R$ 0,10 de diferença é normal, pois a demanda está menor, e o posto pode reduzir o valor para tentar driblar a crise. Acima disso, é bom desconfiar.”
 




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