Cultura & Lazer Titulo Telonas
James Dean, puro e rebelde

Filme aborda ascensão e dilemas do ator,
além de amizade com o fotógrafo Dennis Stock

Vinícius Castelli
18/07/2016 | 07:00
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Divulgação


 Nem o tempo conseguiu apagar a imagem e o que foi James Dean (1931–1955). Figura que representa a rebeldia de parte de uma sociedade e alguém que não tinha a menor preocupação em seguir regras e ler a cartilha ditada por outros, viveu livre, ainda que por pouco espaço de tempo. Morreu aos 24 anos, em acidente de carro, em uma estrada, com seu Porsche 550.

Agora, o ator norte-americano tem parte de sua vida retratada no filme LIFE – Um Retrato de James Dean, que estreia na quinta-feira. Com produção assinada pelo holandês Anton Corbijn (O Homem Mais Procurado, Um Homem Misterioso</CF> e Control), o longa transporta o público para a metade dos anos 1950, em momento dos Estados Unidos em que os carros ‘rabo de peixe’ faziam fama e o rapaz apenas queria ser ele mesmo. Dane DeHaan (O Espetacular Homem-Aranha 2– A Ameaça de Electro e Sem Evidências), em momento espetacular, é quem encarna o protagonista.

A obra recorta o momento de ascensão de Dean, antes da fama, na época do lançamento do filme Vidas Amargas. Por de trás dessa rebeldia, há também pureza. Algo que é percebido pelo fotógrafo Dennis Stock, papel vivido pelo britânico Robert Pattinson (Crepúsculo e Água Para Elefantes). Com filho pequeno para sustentar e separado da mulher, Stock precisa de um trabalho, de boas fotos para conseguir dinheiro.

Eis que um encontro casual, em uma festa de estrelas do cinema, coloca os dois em contato. Stock não desgruda de Dean tentando convencer o futuro astro a ser fotografado para a revista LIFE. As tentativas para clicar o rebelde são várias, mas o filme vai além e a história apresentada toma outro rumo, mostrando a relação de amizade construída pelos dois e como um, sem saber, ajuda o outro a se descobrir e a se entender como pessoa.

Ao longo da obra, DeHaan rouba a cena e faz esquecer que não é Dean de verdade na tela. Os olhos quase fechando – algo típico de Dean –, os trejeitos todos, como o modo de mover a boca para falar. Tudo igual. Pattinson também não decepciona. Mesmo não sendo o grande chamariz da vez, demonstra com louvor o que passou Stock para retratar a verdade de Dean e como conseguiu produzir fotos que hoje imortalizam Dean, como as do ator andando em Nova York, pela Times Square, ou sentado em uma barbearia.

Mesmo na batalha para ser parte do filme Juventude Transviada, Dean quebra regras de novo, algo típico em sua vida. Para fugir da promoção do filme Vidas Amargas, de Elia Kazan, ele não aparece na estreia, provoca a ira do chefão do cinema Jack Warner (Ben Kingsley) e viaja de trem para a fazenda de sua família, em cidade do interior. Dean convida Stock para ir junto. Lá, com sua lente, o fotógrafo consegue despir o ator de sua casca rebelde. Como lidar com medos, onde arrumar coragem para arriscar e como viver desprendido de certas coisas são alguns dos dilemas abordados. Garoto que cresceu humilde em fazenda, Dean deixou para o universo do cinema apenas três filmes e um grande legado: a liberdade. Seja livre, seja você mesmo.




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