Na tentativa de alinhamento eleitoral ao Paço de Santo André, o diretório paulista do DEM entrou na rota de discussão para formar composição antiPT e reforçar palanque que evite o sexto mandato do rival político na cidade, hoje comandada pelo petista Carlos Grana. Mesmo divididos, os democratas trabalham hoje o nome do ex-presidente da OAB Fabio Picarelli, que não engrenou em pesquisas de intenções de voto. Pressão do diretório estadual pesaria por união de terceira via, visando construção de candidatura com viabilidade eleitoral. Atualmente, a principal alternativa cotada é aliança com o projeto do PSDB, encabeçado pelo ex-vereador Paulinho Serra.

Componente da cúpula do DEM de São Paulo, o deputado federal licenciado e secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, está à frente das articulações políticas. Em viagem a Brasília, o dirigente deve dar sinalizações no sentido de integrar bloco com maior força eleitoral até o dia 24. As interlocuções são tratadas tendo em mente o páreo pelo Palácio dos Bandeirantes. A disputa ao governo do Estado em 2018 envolve série de municípios considerados chave. Santo André é colocada na lista. O comandante do tucanato paulista, Pedro Tobias, também já indicou interesse em caminhar junto com os democratas, em busca por coligação ampla com legendas parceiras.

A executiva do DEM andreense se reuniu ontem no diretório local. Em entrevista, o presidente da municipal, Fernando Marangoni, reforçou a ideia de diálogo com agentes políticos da cidade no sentido de construir via que possa fazer frente ao PT. “Estamos conversando com todos (pré-candidatos ao Paço). Até a convenção (partidária) temos de tomar definição, porém neste momento todo mundo (postulantes) segue seu caminho”. Ao ser questionado sobre possíveis orientações da estadual, ele afirmou que “pode haver, mas até agora não existiu ingerência”. “Há segurança na decisão local.”

Em contrapartida, construção de terceira via é vista com bons olhos pelo partido. Já houve sinalizações neste sentido. A abdicação da pré-candidatura democrata em solo andreense estaria apenas na dependência do desempenho de Picarelli em nova rodada de sondagem eleitoral. O advogado aparece bem atrás do protagonismo do páreo municipal. Integrante da executiva municipal do DEM, Carlos Eduardo Novelli mencionou, recentemente, nas redes sociais, que “Paulo Serra é o único que reúne condições objetivas e subjetivas para destronar o PT em Santo André”.

Suporte ao tucanato local, no entanto, não é consenso dentro do diretório andreense. Alguns pré-candidatos preferem candidatura própria. Há informações de racha na pré-campanha municipal, com reclamações na condução das atividades firmadas por Picarelli.

Único vereador do DEM, Evilásio Santana, o Bahia, ponderou que há diversos interesses que devem influenciar na decisão. Segundo o parlamentar, “muita coisa ainda vai passar debaixo da ponte e mudar aos 45 minutos do segundo tempo”. “A discussão é ampla. Existe bastante especulação. Certo é que há jogos de interesse, que envolvem, inclusive, o governador (Geraldo Alckmin, PSDB), Márcio França (PSB) e Rodrigo Garcia. A costura costuma ser grande.”

Procurado, Picarelli não retornou os contatos da equipe do Diário.