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Tente não rir com Dani
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
23/08/2009 | 07:52
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Ari Paleta/DGABC


Dani Calabresa, âncora do Furo MTV, chorou quando a antiga sede das Lojas Americanas do calçadão da Cel. Oliveira Lima fechou as portas, há aproximadamente dez anos. "Não era o máximo ir lá? Comprar bala, tudo?", pergunta, com seu pesado sotaque de família de ascendência italiana. Uma das âncoras do Furo MTV, jornalístico amalucado da emissora musical, a loura de 27 anos é daquelas que arranca risos mesmo quando tenta, séria, falar das memórias de infância. "Eu adoro morar em Santo André. Apesar de ser perto, é menos confuso do que São Paulo. Até pouco tempo ia ao shopping a pé, sabia onde todo mundo morava e me sentia mais segura. Me lembro que em uma época todos os meus primos paulistanos tinham sido assaltados e minha família não", diz ela, que começou no teatro no Colégio Stocco, onde estudou, e passou por inúmeras escolas de dramaturgia, incluindo a do Singular, na qual estudou com Marcelo Gianini.

Apesar de todo o conforto de morar com os pais, Calabresa, ou melhor, Daniella Giusti Barra, prepara-se para deixar o Grande ABC. "Eu morro no trânsito. Às vezes gravo até as 21h e tenho show à meia noite. Não dá tempo de voltar para Santo André e fico me arrastando, fedida, pelas casas das pessoas. Ficou chato já. É só achar um apartamento não muito caro", planeja.

Calabresa apimentada - Dani Calabresa sabe que faz parte de uma turma onde os homens são maioria. Mas para ela isso não é exatamente um problema. "Além de ser muito legal, é muito natural estar com eles. Sempre fui muito destrambelhada. Engraçado, tudo que tem humor a gente relaciona com os homens, mas é isso, sou muito moleca. Não ando de salto, falo palavrão, dou risada de tudo. Tem vídeo meu dançando balé aos cinco anos em que eu ficava rindo das meninas. Eu não fazia as coisas direitinho, sabe?", descreve ela, que chegou à MTV no Quinta Categoria e hoje se divide entre as gravações do Furo e o Furfles.

Foi justamente entre os meninos que se consolidou o apelido e, posteriormente, o nome artístico. "Eu trabalhei como monitora infantil. E no Rio as crianças riam quando eu falava, por exemplo, bola roxa (coloca ênfase na letra ‘r') e me chamavam de tia italiana, tia Calabresa. Quando comecei no stand-up, eles diziam que era mais fácil". Entre os colegas dessa época, estava o CQC andreense Danilo Gentili. "Foi ele que me puxou para fazer stand-up", revela.

Dani não tem nenhum medo de se expor ao ridículo. Inspira-se em grandes comediantes como Marisa Orth, Cláudia Jimenez e a norte-americana Shelley Long, do seriado Cheers, que fez sucesso nos anos 1980. "Eu acho que a mulherada tem mais pudor em checar se o dente está limpo, se o cabelo está bom. Eu não tenho essa preocupação. Eu acho engraçado, por exemplo, se não sair bonitinha em uma foto", revela.

Dani credita a veia comediante à família. "A gente é do tipo que fala alto e dá fora do tipo de estar falando de alguém e não perceber quando a pessoa se aproxima. Minha irmã é divertida, mas não é louca como eu. Meus pais também são muito engraçados."

A moça confessa que começou no teatro inspirada na irmã. "Mas ela logo tentou ganhar dinheiro. Hoje, quer morrer porque eu consegui... Mentira! Ela adora", gargalha Dani.

A tendência à comédia foi natural nas aulas de teatro. "Eu dou graças a Deus por ter feito a moita em vez da princesa nas peças da escola. Eu pegava um papel sério e quando via, tinha transformado numa outra coisa. Diziam: ‘ah, então tá, a mãe fica sendo essa louca aí mesmo'".

Assim como a irmã, a comediante tentou se dedicar a outra carreira. Cursou publicidade e até trabalhou na área. "Deu tudo errado. Eu achava que estava sendo publicitária mas estava recortando anúncio nas agências. Acabei voltando para o teatro aos poucos."

‘Esse debiloide' - O companheiro de bancada de Dani na MTV é o carioca Bento Ribeiro, 28 anos, com quem grava de segunda a quinta. "Fizemos o piloto do Furo em setembro, mas esse debiloide disse que não estava disponível porque ia pra Globo fazer A Favorita. Ainda bem que voltou", ri.

O Diário acompanhou as gravações da edição do jornal exibido na última quarta. A química entre a dupla é evidente. Dani ri de chorar do estilo lento de Bento, a ponto demanter uma caixinha de lenços à mão. "É que tenho rinite, além de tudo", justifica.

"A gente se dá muito bem. Gravei pilotos com o Cazé, com o Mion, com o Adnet (com quem namora), com o Gregório Duvivier. Mas só com o Bento deu certo desse jeito. É até estranho ter de fazer eventos com outras pessoas. Deu certo mesmo."

Na gravação em questão, Bento teve a ideia de inserir um confronto jedi no programa e comprou dois sabres de brinquedo. Resultado: os dois lutaram no estúdio e pelos corredores. "A gente embarca um na onda do outro. É muito divertido", diz ela, que, para garantir o improviso, capricha na pesquisa das notícias que vai dar. Furfles vai ao ar sábados, às 22h30; Furo MTV, de segunda a sexta, às 22h15.




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