Política Titulo Mauá
Simão era vereador quando denúncia contra Manoel foi votada

Parlamentar alegou que pediu reabertura da investigação porque era secretário de Habitação, em 2014

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/06/2016 | 07:00
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Autor do pedido de reabertura de investigação contra o vereador Manoel Lopes (DEM) por suposta prática de assédio sexual contra uma servidora da Câmara de Mauá, o vereador Luiz Alfredo dos Santos Simão (PTdoB) ainda exercia mandato no Legislativo na época em que a denúncia foi arquivada em votação no plenário.

Ata da sessão do dia 18 de fevereiro de 2014 mostra que Simão não só cumpria mandato parlamentar como estava ausente do plenário quando o pedido de criação de comissão que investigaria Manoel por possível quebra de decoro foi colocado em votação. O processo foi rejeitado por unanimidade, em votação simbólica (quando não há votação nominal e o resultado é declarado se a maioria dos parlamentares não se manifestar).

No dia 7, Simão pediu à mesa diretora que desarquivasse o processo contra Manoel alegando que, na época em que foi feita a denúncia, em 2014, estava afastado da Casa – o parlamentar assumiu cargo de secretário de Habitação e ficou um ano e meio licenciado da vereança. O argumento tinha como objetivo afastar rumores de que a investida contra Manoel tinha viés político. Nos bastidores, fala-se que Simão teria responsabilizado o democrata por vazar informação de que entidade da qual foi presidente, a Associação dos Criadores de Pássaros de Mauá, era beneficiária irregular de área pública e que teria pedido a reabertura da denúncia por retaliação. Presidente da Casa, Marcelo Oliveira (PT) instaurou comissão de servidores para apurar o caso.

Simão só virou secretário quatro meses depois da denúncia, tomando posse no dia 12 de junho de 2014. O trabalhista só voltou a exercer mandato em novembro, quando o prefeito Donisete Braga (PT) reformulou o primeiro escalão para abrigar outros aliados.

Questionado, Simão admitiu que era vereador na época, mas argumentou que havia consenso de que o processo só seria rejeitado para que a Justiça investigasse Manoel. O democrata foi absolvido tanto na esfera criminal quanto na área cível. “Esperávamos que a Justiça fosse rápida e julgasse. O juiz absolveu, mas também condenou”, frisou, em referência à sentença proferida pelo juiz da 5ª Vara Cível de Mauá, Rodrigo Soares, que afastou a prática de assédio, mas citou que Manoel tentou “flerte” com a auxiliar de limpeza Raquel Paula de Miranda. “Se eu estava ausente, na certa estava no meu gabinete”, completou.

O documento oficial que registrou os trabalhos da sessão daquela época também mostra que até Manoel participou da votação que decidiria seu futuro. 




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