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Guga vê Djokovic como favorito no Rio-2016: ?está deixando as coisas previsíveis?
23/06/2016 | 07:30
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Tricampeão em Roland Garros, Gustavo Kuerten mudou a história do tênis brasileiro. Oito anos depois de sua aposentadoria das quadras, forçada por um problema crônico no quadril, Guga acompanhará os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, como torcedor e comentarista da TV Globo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em São Paulo, o ex-tenista aponta o favoritismo "absoluto" do sérvio Novak Djokovic e acredita que o número 1 do mundo "vai estar bem amparado pela torcida brasileira". Guga também analisa o atual momento do esporte no País e ainda fala de seu novo papel como embaixador do Hall da Fama do tênis.

Novak Djokovic é o favorito nos Jogos Olímpicos do Rio?

Ele é favorito até se entrar na Sérvia para a Eurocopa. Hoje está um passo à frente de todos os outros competidores, mesmo tendo desafios gigantescos como Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray. Ele seguramente vai se transformar em um dos maiores tenistas de todos os tempos. Na Olimpíada, chega como favorito absoluto. Mas provavelmente será o último grande momento de Federer, também com a pretensão de buscar a medalha de ouro, Nadal e Murray correndo por fora. Tênis normalmente é imprevisível, mas Djokovic está fazendo algo diferente. Conseguiu ganhar quatro Grand Slams, está deixando as coisas mais previsíveis, brinco que chega a ser chato de tanto que ele ganha.

Acredita que Djokovic terá o apoio do público brasileiro?

Ele é um tenista muito benquisto aqui no Brasil. Desde que nós jogamos no Maracanãzinho e ele colocou a peruca e me imitou, trouxe uma amizade mais próxima e as pessoas conheceram ele um pouco melhor. Isso faz toda a diferença. O Nadal parece mais durão, Federer tem aquela elegância e o Djokovic é mais brincalhão, mas todos são pessoas espetaculares. Quando o público se aproxima mais um pouco do ser humano, vem uma atração e o carinho de querer torcer a favor. Ele vai estar bem amparado pela torcida brasileira.

O que esperar do Brasil na Olimpíada do Rio?

Nas duplas, a gente tem uma opção muito bacana com o Marcelo Melo e com o Bruno Soares. São chances reais de medalha na Olimpíada, que o Brasil não tinha desde 2000, ano em que entrei como número 2 do mundo.

Como avalia o momento do tênis brasileiro atualmente?

Ainda vive refém de iniciativas mais pontuais. Vivo um desafio absoluto de tentar transformar o tênis brasileiro. Por isso, há cinco anos comecei projetos das franquias da Escolinha Guga, que ampliamos para a Escola Guga e vem crescendo de uma forma consolidada. O caminho é distante e é lento também, mas precisa trabalhar. É isso que a gente vem buscando. No meu ponto de vista, o Brasil tem condições de ter com frequência pelo menos cinco jogadores entre os 100 melhores do mundo no masculino, talvez migrar essa quantidade para um ou dois no feminino, no início. Só que hoje é muito distante da realidade, seria impossível mirar esse horizonte ao menos nos próximos 10 anos. Mas não dá para esperar 10 anos e ver o que vai acontecer. É preciso começar a trabalhar firme para colher esses frutos no futuro.

Como vê seu papel de embaixador do Hall da Fama do tênis?

Foi uma oportunidade de chegar até as pessoas e comunicar a trajetória de um tenista e dos valores dos que vieram antes. Hoje a vida me proporciona desafios muito interessantes e esse é um deles. É uma forma de eu devolver um pouco ao tênis, retribuir tudo o que aconteceu e, ao mesmo tempo, ter essa oportunidade maravilhosa de continuar propagando iniciativas do bem. Nosso esporte é muito decente, com valores estabelecidos, nível de competição de fair-play absurdo, dá gosto falar sobre esse assunto. Os atletas são memoráveis, os ídolos são um exemplo de vida. É um enorme privilégio poder estar nessa função e continuar próximo dessas atividades do tênis, que ainda é uma grande paixão para mim.




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