Setecidades Titulo Contra dengue
Alunos coletam lixo no entorno da escola para prevenir a dengue
Nelson Donato
Especial para o Diário
14/06/2016 | 07:00
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Um dos principais desafios no combate à dengue é vencer a falta de conscientização da população que insiste em jogar lixo nos ruas, deixando os dejetos expostos à chuva e tornando-os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Para mudar este quadro, alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Cândido Portinari, na Rua dos Cocais, no Jardim Guarará, em Santo André, decidiram recolher parte do lixo espalhado no entorno da escola durante passeata. A ação faz parte do projeto Santo André & os Agentes Contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário.

Por estar inserida em comunidade carente, onde a maioria das pessoas não possui instrução adequada sobre o destino correto para o lixo, há luta constante na unidade para manter o espaço limpo. Embora o período mais propício para reprodução do mosquito (nos meses de março e abril) tenha passado, a assistente pedagógica Roberta Rossi ressalta que os cuidados para evitar novos casos de dengue são ações contínuas. “Fizemos diversos tipos de trabalho para mostrar os perigos do Aedes. Quando fizemos a passeata, nossos alunos ficaram impressionados com a sujeira e com a falta de cuidado da população, tanto que eles decidiram recolher o lixo.”

Ainda de acordo com Roberta, a atividade foi positiva. Por isso, a escola decidiu estender o projeto. “Acreditamos que é preciso mostrar às pessoas que, se as crianças estão preocupadas, todos devem aderir à nossa luta. Por isso, no próximo semestre, já estamos planejando novas passeatas que têm como tema principal o fim do descarte indevido do lixo.”

Além da caminhada, os alunos da instituição confeccionaram cartazes sobre a dengue e até buscaram mais informações a respeito de repelentes contra insetos. Curiosamente, na turma da professora Maria Selma Barbosa dos Santos mais da metade dos estudantes nunca haviam tido contato com a substância. “Quando eu citei o repelente, notei que poucos já haviam utilizado. Três alunos ao menos sabiam o que é.”

A docente incentivou os pequenos a se aprofundarem e conhecer mais sobre o produto. “Uma das alunas trouxe o repelente e toda a sala experimentou. Vimos que alguns eram alérgicos, que precisam de fórmulas especiais. Foi uma excelente maneira de eles conhecerem mais este modo de prevenção”, considera Selma.

Festa junina tem objetivo de integrar a comunidade escolar

No sábado, todas as Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental) de Santo André serão palco das tradicionais festas juninas. As comemorações são ótima oportunidade de lazer, conscientização e integração para a comunidade.

Na manhã de ontem, o clima de festividade já era visto na Emeief Cândido Portinari, no Jardim Guarará, em Santo André. Bandeirinhas e balões foram pendurados nos corredores. Os murais estão cheios de trabalhos artísticos feitos pelos estudantes. Os alunos já ensaiavam as danças que serão feitas no sábado e a música caipira já ecoava por todos os cantos da escola.

O clima tão alegre é propício para a solidariedade e integração entre a escola e a comunidade. Para aumentar ainda mais esta união, as famosas barraquinhas da festa junina serão comandadas por moradores do bairro.

Segundo a assistente pedagógica Rita de Cássia Queiroz, proporcionar à vizinhança a oportunidade de trabalhar dentro da unidade rende ótimos frutos. “Quando (os vizinhos) estão no ambiente escolar, tudo muda. Ficam mais receptivos e felizes. Outro fator positivo é que os valores arrecadados nas barraquinhas ficam integralmente com os responsáveis por elas.”

De acordo com Queiroz, as festividades têm como objetivo trabalho cultural. “É algo que faz parte do Brasil. Como estamos em local carente, a importância deste tipo de evento é ainda maior. Quem mora aqui não possui espaços adequados para se divertir e a escola é o único local que pode dar isto a eles.” 




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