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Sonhos sempre são bem-vindos
Vanessa Ratti
Especial para o Diário
05/06/2016 | 07:00
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Divulgação:


 Uma vida melhor, longe da pobreza e da tristeza. Este é o sonho de Antônio Trindade, personagem principal do longa O Outro Lado do Paraíso, e papel de Eduardo Moscovis. Outro que faz parte do cast é o ator Jonas Bloch, que vive Simeão Emediato.

O filme está em cartaz no Reserva Cultural, em São Paulo, e trata das histórias de Antônio Aventureiro em busca de seu sonho: encontrar o paraíso – em que várias vezes na Bíblia viu sua existência.
Em 1963, vislumbrando as promessas nos discursos do então presidente da República João Goulart, Antônio viaja com a mulher, Nancy Emediato (Simone Iliesco), e os três filhos Nando (Davi Galdeano), Suely (Camila Márdila) e o caçula para Brasília. A Capital em construção prometia transbordar empregos, moradias e um futuro melhor longe de Bocaiuva, Norte de Minas Gerais, terra natal da família.

Assim, Antônio vai em busca do seu sonho. Nando, de apenas 12 anos, que também é o narrador da história, não fica atrás. Em meio à realidade de esperança, o menino se apaixona pelos livros e cria o desejo de ser escritor.
O objetivo de Nando se concretiza, e é por causa dele que a produção está disponível nos cinemas hoje. Isso porque Luiz Fernando Emediato, o Nando – que também participa da produção junto com Nilson Rodrigues –, é autor do livro Trevas no Paraíso, obra repleta de contos que viveu com sua família em Minas Gerais e Brasília durante o período, e que originou o longa.

A DITADURA

Como pano de fundo, o panorama político da época também é retratado. Em meio à crise no Congresso, flagrantes de corrupção e possível golpe à caminho, O Outro Lado do Paraíso repete conturbação política que o Brasil vive em 2016. “Acho interessante o filme sair neste momento porque possibilita ao público fazer paralelo. Como foi lançado em 2014, chegamos a dizer que esta realidade não ia se repetir e chegamos onde estamos”, comenta o diretor André Ristum.
Um dos objetivos do longa também é levar bagagem histórica e política para os jovens. “Nós reproduzimos a obra para um grupo de jovens na Semana da Juventude, em São Paulo, e gerou debate propício para este tempo. Ficamos felizes, e é isso que queremos causar de modo natural”, diz o autor do livro.
Além disso, o filme é fruto de ampla pesquisa em arquivos, entre eles as imagens do fotógrafo francês radicado no Brasil Jean Mazon. A reprodução das filmagens e fotos de 1964 faz com que o público se sinta andando nas ruas e avenidas da Capital brasileira naquela época.
No Festival de Gramado, o longa foi premiado como melhor filme pelo júri popular.




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