As mudanças seriam para 2008, o primeiro ano da F-1 pós-Pacto da Concórdia, nome dado ao contrato que rege todas as relações entre equipes e organizadores. Max Mosley, presidente da FIA, é de novo o articulador da revolução que tem, segundo ele, o objetivo de "melhorar o espetáculo sem regras artificiais, dar ênfase ao talento dos pilotos, reduzir os custos drasticamente, encorajar a chegada de novas equipes e chegar a um grid com 24 carros".
As propostas da FIA serão colocadas em votação na próxima reunião de seu Conselho Mundial, dia 30 de junho em Paris. "É o maior pacote da história", falou Mosley à agência Reuters. "Há um problema sério de gastos na F-1. As equipes têm dificuldades para arrumar patrocínios que cubram seus custos. O público está interessado no lado humano e em máquinas. Mas se você tem muita tecnologia sem pilotos, o público some."
O novo pacotão de Max prevê também a proibição de uso de carro-reserva, a volta de treinos classificatórios às sextas-feiras, apenas um fornecedor de pneus para a categoria, pneus mais largos atrás do que na frente para aumentar o arrasto aerodinâmico e reduzir a velocidade, centralinas únicas para gerir eletronicamente os motores fornecidas pela FIA, freios padronizados, proibição de diferenciais eletrônicos e direção hidráulica, limite de quilometragem de testes por ano e 12 equipes disputando o campeonato.
Nesta sexta, Paolo Martinelli, o homem que cuida dos motores da Ferrari, disse que a equipe italiana é favorável à mudança dos V10 de 3 litros para os V8 de 2,4, sinal de que as propostas têm boas chances de aprovação, dada a força política do time de Maranello. Norbert Haug, da Mercedes, acha que a troca da configuração vai custar caro, mas garantiu que a McLaren "vai à reunião com espírito positivo para ajudar". Mario Theissen, da BMW, é a favor de cortar os gastos aumentando a durabilidade dos motores, mas tem dúvidas se a troca para os V8 seria a solução.
O que é unânime é a necessidade de brecar a escalada de custos. Uma equipe como a Ferrari gasta mais de US$ 300 milhões por ano. Para Mosley, é possível imaginar uma F-1 bem mais austera, com orçamentos anuais, para os times pequenos, na casa de US$ 15 milhões que garantam um mínimo de competitividade. "Se não fizermos algo, isso aqui vai falir. As pessoas vão deixar de assistir", decretou Mosley, abrindo nova cruzada para salvar a F-1.
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