O São Paulo conquistou, de forma sofrida, vantagem nas quartas de final da Libertadores diante do Atlético-MG, ontem, no Estádio do Morumbi. O gol de Michel Bastos sacramentou o 1 a 0 e deu a possibilidade de o Tricolor jogar pelo empate no duelo de volta, quarta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte.

Sob os olhares de 61.297 torcedores – maior público do futebol brasileiro – e do técnico Dunga, São Paulo e Atlético-MG fizeram primeira etapa à feição do treinador da Seleção Brasileira. Ou seja, jogo com pouca qualidade técnica e confusão de sobra. Só na primeira etapa, contando lances violentos e entreveros, foram sete cartões amarelos – três deles em um só lance logo aos três minutos, quando houve princípio de confusão generalizada.

Lance de perigo mesmo só um, aos 34, quando Patric, no único lampejo de criatividade individual até então, deu lindo chapéu em Mena e cruzou para Lucas Pratto mandar de carrinho para a rede. No entanto, o argentino estava adiantado e o tento foi anulado.

Na segunda etapa, o cenário foi diferente. Com os ânimos mais calmos houve espaço para o futebol aparecer. As equipes passaram a trabalhar mais as jogadas. O Tricolor levava ligeira vantagem, mas insistia muito pelo meio, onde o bloqueio atleticano era mais eficiente. Pelas laterais, o time conseguia sucesso, mas faltava poder de definição. Por outro lado, o Galo tentava explorar os contra-ataques, mas sem o último passe a Lucas Pratto.

O São Paulo chegou com perigo na bola parada. Aos 14, Ganso cobrou escanteio, Maicon desviou e Rodrigo Caio quase completou na segunda trave, arrancando lamentos da torcida. Vinte minutos depois, Wesley cobrou falta na cabeça de Michel Bastos, que subiu mais que a zaga e abriu o placar – 1 a 0 – e causou acidente na arquibancada.

Depois, o Galo cresceu na partida. Porém, mostrou os mesmos erros e não conseguiu ameaçar Denis. Já o Tricolor administrou a vitória para levar vantagem para Minas Gerais.

Grade cede e torcedores ficam feridos

Na comemoração do gol de Michel Bastos sobre o Atlético-MG, a grade de um dos camarotes do Morumbi cedeu e cerca de 20 torcedores caíram no fosso, com cerca de dois metros de altura.

Prontamente, alguns jogadores do Tricolor foram ajudar os feridos. Hudson, Ganso e Wesley carregaram uma torcedora para longe do local da queda com o intuito de ajudá-la.

As duas ambulâncias do estádio se movimentaram rapidamente para socorrer os feridos. Dez torcedores foram atendidos no ambulatório do Morumbi, a maioria com cortes no corpo. Outros oito foram levados para o Hospital São Luiz, a poucos metros da praça esportiva. O caso mais grave foi uma fratura no braço, informação dada pelos médicos e confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que enviou seis viaturas ao local.

Enquanto o atendimento acontecia, policiais militares pediam para os torcedores no camarote se afastarem do local onde a grade se rompeu para evitar outro acidente.

Ainda com as ambulâncias se movimentando ao redor do gramado do Morumbi, depois de cinco minutos, o jogo foi reiniciado. Após o confronto, Michel Bastos foi ao local e atirou para torcedores a camisa utilizada na partida.