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Bagaço de cana pode gerar 4 mil megawatts a SP
Do Diário do Grande ABC
21/07/1999 | 16:20
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Um plano para a geraçao de mais 4 mil megawatts de energia elétrica a partir do bagaço da cana de açúcar está sendo elaborado pela Secretaria de Energia do Estado em colaboraçao com usineiros do interior paulista, o que vai provocar um ganho a mais para estes empresários, já que há o compromisso por parte do Ministério de Minas e Energia de que a energia excedente será comprada, admitiu o governador Mário Covas.

A Usina Santa Elisa, em Sertaozinho, tem projeto para gerar 100 megawatts, a partir de um investimento de US$ 60 milhoes, vendendo energia excedente, que poderá representar até 20% do seu faturamento. O próprio governador é quem conseguiu que o Ministério de Minas e Energia admitisse a compra do excedente de energia elétrica gerado pelas usinas que produzem álcool e açúcar no Estado. Ele manteve reunioes com o Ministério, nos últimos 20 dias, para tratar do assunto. Hoje Sao Paulo já tem 300 megawatts de energia elétrica gerados a partir de usinas térmicas que usam como combustível o bagaço ou a palha da cana para gerar energia, anunciou o secretário de Energia, Mauro Arce.

Mário Covas entende que esse processo de geraçao de energia é vantajoso para o Estado, já que o bagaço da cana está à disposiçao dos usineiros após a produçao de álcool e açúcar. Os usineiros através da Unica (Uniao da Agroindústria Canavieira do Estado), que reune o setor de açúcar e álcool, entendem que uma nova legislaçao federal sobre cogeraçao de energia elétrica pdoerá abrir caminhos para o setor sucroalcooleiro aproveitar o seu potencial de geraçao de energia que é de 6 mil megawatts. Cada tonelada de cana em caldeira de alta pressao pode gerar de 20 a 80 megawatts de energia, dependendo da pressao do equipamento. Como Sao Paulo produz cerca de 200 mil toneladas anuais de cana de açúcar, poder-se-ia chegar aos 6 mil megawatts da conta dos usineiros. Mas hoje, no Estado, duas usinas já fornecem energia excedente para distribuidoras de energia, através de um contrato de longo prazo ao preço de US$ 38 o megawatt/hora. Outras dez usinas também geram energia e por falta de contrato mais firme vendem sua energia por cerca de US$ 12 o megawatt/hora.

Esse plano dos usineiros e do Estado deverá estar concluido até agosto para se iniciar um processo de instalaçao de equipamentos. Poderá até haver um processo de estímulo para a compra dos equipamentos.




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