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Depois de 3 meses de alta, otimismo
do consumidor tem queda
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
22/09/2011 | 07:30
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Ritmo menor de criação de empregos e rendimento do trabalhador em acomodação são os fatores que levaram a intenção de consumo das famílias brasileiras cair pela primeira vez em três meses. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostra que o recuo foi de 0,7% em relação a agosto.

O economista da CNC, Bruno Fernandes, explica que o mês de setembro normalmente não é forte em vendas, mas o cenário econômico com aperto de crédito e geração menor de emprego impactam na confiança do consumidor para assumir dívidas futuras. "As pessoas também economizam agora para gastar em novembro e dezembro."

O indicador Intenção de Compra das Famílias passou de 136,9 pontos para 136 pontos entre agosto e setembro. Na comparação com setembro de 2010, o índice teve alta de 0,6%. Abaixo de 100 pontos, revela percepção de insatisfação e, acima deste patamar, indica satisfação, que pode chegar a 200 pontos.

COMPOSIÇÃO - Formado por sete itens, o indicador elaborado pela confederação analisa a perspectiva das famílias em relação a emprego atual, renda atual, compra a prazo, nível de consumo, perspectiva profissional, perspectiva de consumo e momento para duráveis.

Neste mês, cinco dos sete componentes do índice caíram. A intenção de compras a prazo registrou a maior queda (2,7%), renda atual (1,4%), perspectiva profissional (1%), emprego atual (0,9%) e momento para duráveis (0,2%). "Como a geração de empregos em 2011 está menor do que no ano passado, que teve resultado muito bom, isso influencia de forma negativa a intenção de consumo", diz o economista. 

NATAL - Segundo Fernandes, o cenário com valorização do dólar poderá dificultar o desempenho das vendas neste fim de ano. Caso a cotação continue subindo, os preços de muitos produtos ficarão consideravelmente mais caros. "No ano passado, o câmbio desvalorizado favoreceu a compra de importados."

De qualquer maneira, a expectativa é de que este Natal não contabilize os fortes resultados vistos no ano passado, quando os indicadores econômicos eram mais favoráveis. Para a Confederação Nacional do Comércio, a injeção de dinheiro com o pagamento do 13º salário e os reajustes salariais dos trabalhadores vão beneficiar o consumo.

 

Preço dos alimentos subiu 20% no trimestre

Estudo do Fundo Monetário Internacional identificou que os preços dos alimentos continuam subindo. Apenas no terceiro trimestre, houve avanço de 20% na comparação com igual período do ano passado. E os consumidores devem preparar o bolso, pois a perspectiva é de que o cenário continue da mesma forma em 2012.

Isso acontece porque os estoques estão baixos e a demanda pelos produtos está crescente. A consequência é que a cotação dos alimentos no mercado internacional aumenta. O relatório mostra ainda que a demanda global por produtos agrícolas subirá 2,25% entre 2011 e 2012, puxada pelo consumo na China e em outras economias emergentes.

Preocupações com o clima, inclusive com secas na Europa e na China e grandes oscilações de temperatura nos Estados Unidos, representam "risco imediato" aos mercados, que ainda lutam para reabastecer os estoques globais.

INFLAÇÃO - A prévia da inflação oficial do País, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15, teve variação de 0,53% em setembro. O avanço foi de 0,26 ponto percentual. A alta reflete o avanço dos preços dos alimentos, que apresentaram inflação de 0,72%.

Os destaques foram o açúcar cristal, cujo preço subiu 4,72%; açúcar refinado, que ficou 4,59% mais caro; leite pasteurizado (2,64%), frango (2,51%), carnes (1,79%) e arroz (1,74%). (com AE)




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