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Atentado contra amigos faz um morto e 4 feridos em Mauá
Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
29/10/2003 | 22:14
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Um rapaz morto e quatro hospitalizados, três deles em estado grave. Esse foi o resultado de uma tentativa de execução contra um grupo de amigos, ocorrida na tarde de terça-feira no Jardim Paulista, em Mauá. Eles foram vítimas de um atentado a tiros feito por dois homens armados, ainda não identificados pela polícia, em frente a residência de número 127 da rua Maria Nicolini Suffredini. A rua, onde há terrenos baldios, era ponto de encontro dos rapazes, todos moradores da área.  

O estudante Luiz Carlos Pereira Júnior, o Juninho, 15 anos, morreu ao chegar ao hospital. Até esta quarta-feira à noite, ainda corriam risco João Paulo Conessa, 24, Reinaldo Francisco dos Santos, 26, o Gordo, e Fernando de Oliveira dos Reis, 19. Todos permaneciam internados em UTIs da região, segundo familiares. Canassa estaria com morte cerebral. O quinto ferido a tiros, Leandro Tunes Ogna, 22, o Gago, era o único fora de perigo.  

Testemunhas disseram que os dois homens chegaram a pé, com armas em punho, e surpreenderam os cinco amigos, que conversavam no local do crime. Para intimidar e conter os alvos, gritaram que eram da polícia e ordenaram que todos fossem para o chão. Em seguida, dispararam mais de quinze tiros em direção aos rapazes, que não tiveram tempo de defesa.  

“Da minha casa vi a correria, os atiradores estavam a pé, vestidos com roupas vermelha e preta, gritaram e atiraram em seguida, mas não deu para ver os rostos”, disse uma testemunha.  

Os assassinos fugiram da mesma forma que chegaram. Eles teriam sido ajudados pelo motorista de um Tempra preto, mencionado por algumas testemunhas que viram o veículo suspeito em ruas próximas.  

Após os tiros, apenas Gago conseguiu se afastar ferido do local do crime. Os outros agonizaram por poucos minutos, até a chegada de viaturas da PM e ambulâncias. “Ouvi os tiros e saí. Estavam no chão, feridos e com muito sangue”, disse uma moradora da rua. Os cinco foram levados para o hospital Nardini. Juninho morreu logo depois de dar entrada. Os assassinos miraram principalmente na cabeça e peito das vítimas.   

Durante o atendimento médico, foi encontrada uma pequena porção de maconha sob a cueca de Gordo. Gago confessou aos policiais. também no hospital. ser usuário de droga. Policiais civis que investigam o caso afirmam que o crime foi motivado por vingança.   

“Houve uma vingança provavelmente relacionada a algum tipo de briga entre os assassinos e o grupo baleado. Queremos saber se os assassinos estavam em busca dos cinco, ou alguns foram baleados como queima de arquivo”, disse o delegado titular do 3º DP de Mauá, José Pimenta.  

Um sexto rapaz escapou dos tiros por minutos. Ele estava com o grupo numa motocicleta Yamaha Cripton azul, mas saiu para comer um lanche. Quando voltou, viu os companheiros baleados. 

Enterro – Juninho era aluno do 1º colegial da Escola Estadual Mirna Loide Correa Ferle, em Mauá. Ele cumpria medida sócio-educativa de liberdade assistida e prestava serviço, por esse motivo, na recepção do Posto de Saúde do bairro São João, no município. “Iria iniciar um curso de informática, que gostava muito”, disse seu pai, o açougueiro Luiz Carlos Pereira, 48. “Ele animava as pessoas”, disse uma colega de classe. Mais de 150 pessoas acompanharam o velório no Cemitério Santa Lídia.




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