As 42 famílias que invadiram moradias no Jardim Kennedy, em Mauá, conseguiram mais uma vez o adiamento da reintegração de posse, marcada pela Justiça para ocorrer às 6h de ontem.
Segundo moradores e o advogado Wendel Bernardes Comissário, que assumiu o caso nesta semana em defesa das famílias, o adiamento ocorreu graças a uma negociação, por telefone, com o presidente da Cooperativa Habitacional de São Paulo, Marcelo Fae, na noite da véspera da reintegração.
"Ele ficou sensibilizado com a situação das pessoas, entre elas cerca de 100 crianças. Elas não têm para onde ir e não foram incluídas no bolsa aluguel da Prefeitura", declarou Wendel. Uma nova reintegração teria sido marcada para dia 27.
Para o advogado, é preciso avaliar a situação jurídica do contrato entre o município e a cooperativa. "Se houve descumprimento do contrato, o que parece, uma vez que não foram construídas as centenas de casas previstas, o terreno, doado pela Prefeitura, deve ser devolvido à municipalidade", afirmou Wendel.
Já o vereador Atila Jacomussi (PV), que acompanha a questão, vai pedir ao Ministério Público que tome providências com relação ao encaminhamento das famílias aos programas de auxílio-aluguel e abrigo municipal, e que seja realizado Termo de Ajustamento de Conduta para garantir inclusão das famílias em planos habitacionais.
"Contamos com apoio do 30° Batalhão da Polícia Militar na negociação e conseguimos nova data", disse o vereador.
A Prefeitura não confirmou a informação nem a polícia. O presidente da cooperativa não foi localizado. A administração declarou que está analisando a situação de cada família. Caso seja comprovado que saiu de área de risco, será incluída em programa habitacional.
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