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Projeto de incentivo à leitura busca doações

Ação espalha caixotes de madeira e distribui livros de graça em seis pontos do Grande ABC

Natália Scarabotto
Especial para o Diário
22/04/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Com objetivo de estimular a leitura e troca de livros, o negócio social Casa da Joanna quer expandir o projeto Livre-se, que espalha caixotes de madeira com livros pela região.

Hoje são seis pontos que funcionam no estilo bookcrossing, movimento internacional de libertação de livros. Ou seja, as publicações ficam disponíveis para qualquer leitor pegar emprestado, gratuitamente e sem necessidade de cadastro. Depois, é só devolvê-las em qualquer ponto do projeto.

A iniciativa tem dado resultado, por isso, a Casa da Joanna quer expandir para 100 pontos de empréstimos. Atingir tal meta não é uma tarefa fácil porque é necessário arrecadar R$ 6.000 por meio de site de financiamento coletivo, até o dia 28. Por enquanto, as doações estão em R$ 2.955. A contribuição vai de R$ 20 a R$ 240 e pode ser feita pelo site www.benfeitoria.com/livrese. Cada participante recebe uma recompensa diferente, equivalente ao valor doado. Por exemplo, quem ajuda com a quantia mínima terá o nome estampado em agradecimento nos livros dos próximos caixotes e no site. Quem pagar R$ 50, além do reconhecimento, receberá adesivo, botom e cinco marcadores de página. Já a recompensa para a doação do valor máximo inclui um caixote com livro, caneca e sacola feita com garrafa PET.

De acordo com um dos fundadores da Casa da Joanna, Bruno Galasse, o valor é alto porque montar e fazer a manutenção de cada caixote custam, em média, R$ 60. “Queremos que seja um projeto local e que atinja todas as cidades. Queremos que a região seja conhecida pela leitura e quanto mais pontos existirem, mais as pessoas vão conhecer e participar. A cultura vai se espalhar.”

Há geralmente 30 livros em cada caixa. As publicações são todas literárias, a maioria proveniente de doações, para todos os gostos.

O projeto começou com apenas um ponto, em 2014. No fim do ano passado, aumentou. Agora, os caixotes estão localizados na entrada de restaurantes, mercados e até em UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Um dos locais mais conhecidos está no bairro Santa Terezinha, em Santo André, na porta do mercado Shimizu. “As pessoas vêm aqui e pegam. Às vezes precisa repor os livros rápido porque até as crianças pegam, mesmo que não leiam. É um projeto bem interessante”, afirma a sócia do estabelecimento Débora Shimizu. Todos os pontos estão mapeados no site www.casadajoanna.com.br/livrese.

A experiência do projeto não se limita aos espaços físicos. A página no Facebook Livre-se busca promover a troca de opiniões entre os participantes. “O livro ficar disponível facilita a leitura, mas não necessariamente significa que as pessoas vão ler. Entretanto, quando é indicação ou opinião de alguém, dá mais vontade de ler”, explica Galasse.

A Casa da Joanna foi criada em 2014 por três amigos. A missão do grupo é trabalhar temas como Educação, sustentabilidade, Cultura, criatividade e visão holística. Além do Livre-se, existem outros projetos: o Se Liga, programa de entrevistas, que acontece uma vez por mês e é transmitido pela internet, com especialistas ou artistas locais para compartilhar experiências e dicas. E o Dialogus, uma roda de conversa, de três horas, sobre temas atuais. Para participar do segundo, a entrada é um quilo de alimento não perecível.  




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