Ainda não há definição sobre a negociação envolvendo a venda da Karmann Ghia, em São Bernardo. Segundo funcionários da empresa, foi realizada reunião na terça-feira com possíveis interessados em efetuar o negócio. Entretanto, o encontro não foi divulgado. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também diz não ter sido informado.

A Karmann Ghia possui dívida de R$ 7,7 milhões e é alvo de briga judicial entre grupos empresariais que compraram o controle acionário nos últimos anos. Como consequência, a companhia está em atraso com o pagamento de salários e demais gratificações (13º, férias, dissídios coletivos e convênio médico), verbas rescisórias. A inadimplência também atinge os fornecedores. Segundo o presidente do sindicato, Rafael Marques, há risco de desativação ainda neste ano caso a venda não seja concluída.

Na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) consta como dono da Karmann o príncipe Eudes Maria Regnier Pedro José de Orleans e Bragança, trineto do imperador Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel.

A fabricante de autopeças é prejudicada pela queda na demanda por veículos zero-quilômetro e tem a montadora Fiat como principal cliente, responsável por aproximadamente 70% de tudo que é produzido.