Nos anos 1940, em um tempo em que os tratamentos mais desumanos eram usados nas clínicas psiquiátricas, uma mulher lutava pelo oposto. O nome dela? Nise da Silveira (1905 – 1999). “Não acredito em cura pela violência”, defendia a retratada em Nise: O Coração da Loucura, filme que estreia hoje nas telonas.

Glória Pires foi escolhida para viver a médica. A atriz conta que foram dois meses de preparação intensa para o papel. Nada se comparado à vida inteira de trabalho árduo de Nise, aluna de Carl Jung, e que batalhou contra os tratamentos de choque aos ‘loucos’. Especialmente durante seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, implantou o tratamento baseado na arte, na terapia ocupacional.

A loucura de Nise deu tão certo que, em 1952, ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, centro de pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição. O filme, dirigido por Roberto Berliner, também conta com elenco formado por Fabrício Boliveira, Roberta Rodrigues, Augusto Madeira, Simone Mazzer e Zé Carlos Machado.