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Conselho Mirim espalha sabedoria para vencer dengue

Com diversas atividades lúdicas, combater o mosquito se torna divertido na Emeief Vinicius de Moraes, no bairro Camilópolis

Nelson Donato
Especial para o Diário
21/04/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Mesmo entre as crianças, é importante que lideranças atuem para conscientizar colegas e divulgar ações. É assim que o Conselho Mirim da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Vinicius de Moraes, no bairro Camilópolis, em Santo André, age para incentivar os alunos a prevenir a dengue.

Com diversas atividades que fazem parte do projeto Santo André & Os Agentes contra o Aedes, iniciativa promovida pelas secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário, a escola está pronta para enfrentar o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, febre chikungunya e zika vírus.

Uma vez por mês, o Conselho Mirim, formado por 32 alunos de 3 a 10 anos, reúne-se para discutir possíveis ações a fim de evitar a proliferação do inseto. Nessa hora, a criatividade e a participação dos pais são indispensáveis.

A utilização de materiais recicláveis foi uma das alternativas. Por toda a escola, foram pendurados mosquitões, feitos principalmente com garrafas PET. Além das réplicas gigantes do Aedes, foi criado painel contra a dengue, que registra as atividades dos estudantes durante o aprendizado.

A molecada também criou o grupo Detetives da Dengue, que ajuda na disseminação dos conteúdos por toda a instituição. Outra medida foi a criação de uma armadilha para o mosquito. O dispositivo é composto por garrafas, água e uma tela. A engenhoca não evita a desova do mosquito, porém, impede que os insetos nascidos no recipiente saiam dali. Os responsáveis pela criação foram os alunos Mariana Silva Pereira e Enzo Rodrigues Arzadum, ambos de 8 anos.

Um dos mais engajados do grupo, Daniel Heitor da Silva Soares, 10, fala com propriedade quando o assunto é dengue. “Usamos materiais recicláveis para fazer os mosquitões e assim evitamos que o lixo acumule água parada. Meus pais sempre me incentivam e fiscalizo para ver se não tem focos na minha casa.”

A próxima ideia do conselho a ser colocada em prática é a encenação de um teatro de fantoches. Os bonecos serão produzidos pelas próprias crianças e o espetáculo percorrerá todas as salas da unidade. Com o roteiro em mãos, os estudantes Gabriel Sousa da Costa, 10, e Amanda Borges de Albuquerque, 9, já se preparam para conscientizar os colegas.

A peça conta a história de uma cidade tranquila que passa a ser ameaçada pelo Aedes aegypti, porém, com a ajuda dos pequenos, a população se conscientiza e, sem opções, o mosquito deixa o lugar para sempre.

Professora cria telejornal e repelente contra o Aedes aegypti

Quando a dengue atinge alguém próximo é que se tem a dimensão dos perigos ocasionados pela doença. A professora Andréa Abrahão de Almeida, que atua na Emeief Vinícius de Moraes, no bairro Camilópolis, viveu o drama bem de perto.

No ano passado, ela contraiu a doença em Santo André e, desde então, luta para conscientizar seus alunos e a população em geral. “Várias pessoas da minha rua contraíram dengue e aqui perto da escola foram localizados muitos focos. A partir daí, vi que precisávamos fazer algo para mudar essa situação e prevenir a doença.”

Com a criatividade e a vontade de ajudar das crianças, a docente criou o Jornal do Pato, noticiário apresentado por seus estudantes e que tem como objetivo conscientizar todas as turmas. “Eles ficaram muito empolgados com a ideia e se divertiram bastante quando se viram no vídeo. Foi algo muito legal de produzir com as crianças.”

Durante o programa, os pequenos divulgam as informações contidas em um panfleto desenvolvido por eles. O folhetim possui diversas dicas e precauções que devem ser tomadas contra o Aedes aegypti.

A educadora também desenvolveu um repelente caseiro que faz muito sucesso. “Eu vi a receita e achei muito interessante. Agora, sempre que vamos fazer alguma atividade fora da sala, os alunos já formam uma fila para que eu aplique o repelente. Vários pais também já me pediram a receita para fazer em casa.” 




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