Cinco das sete cidades do Grande ABC estão entre os 15 municípios brasileiros com maior incidência de raios no ano de 2010, segundo revelou pesquisa feita pelo Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A área monitorada pelos estudiosos engloba todos os Estados das regiões Sul e Sudeste, além de parte do Centro-Oeste do País.

São Caetano é a segunda colocada do ranking geral, só perdendo para a carioca Porto Real. Diadema está em sexto lugar, Mauá em 12°, seguida de Rio Grande da Serra (13º) e Santo André (15°). São Bernardo está em 25° e Ribeirão Pires, em 39°.

Quando analisado o ranking estadual, aí sim São Caetano está no topo do pódio, seguida de longe das outras seis cidades. Somente Ribeirão Pires está fora do seleto grupo - está em 16° lugar.

Para o professor de Eletromagnetismo do Instituto Mauá de Tecnologia Márcio Antonio Matias, esses índices estão "intimamente ligados com o nível de urbanização e atividade econômica predominante desses locais por conta da mudança atmosférica que os atinge". O aumento de edificações e da poluição faz com que a atmosfera deixe de atuar como isolante a passe a ser condutora de eletricidade. "Quanto mais alto o local, maior a probabilidade de ocorrer descarga elétrica", explicou. "Quando a carga na base de uma nuvem tem sinal contrário ao da carga elétrica na ponta de uma edificação, ocorre o raio, porque esses polos se atraem."

Para o especialista, essa é uma consequência que não deve ser amenizada tão cedo, tendo em vista que o Polo Petroquímico de Capuava pode contribuir para o aumento da poluição do ar em toda a região. "Nem sempre a poluição produzida por um município causa consequências somente para aquele local, porque a movimentação da atmosfera não respeita esses limites."